Estiagem atrasa plantio na área de Toledo

O vazio sanitário é um requisito legal no Brasil. O produtor deve respeitar o período que varia de 60 a 90 dias, dependendo do Estado. O plantio deve ser evitado e a presença de soja voluntária deve ser monitorada e eliminada. Na sequência, o produtor começa o plantio. Neste momento, a condição climática é o fator primordial.

No Paraná, o vazio sanitário da soja não teve mais uma data única para todas as regiões do estado como acontecia em safras anteriores. Com vistas a respeitar os diversos microclimas e períodos mais adequados para o plantio da oleaginosa, o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) dividiu o Estado em três sub-regiões com datas diferentes para início do vazio e para a semeadura da soja.

A Portaria nº 1.111, de 13 de maio de 2024, da Secretaria de Defesa Agropecuária do Ministério, estabeleceu as normas para o período. Conforme a Portaria, na região Oeste, o Vazio Sanitário começou em 2 de junho e se estendeu até 31 de agosto. O plantio está liberado a partir de 1º de setembro de 2024 e termina em 30 de dezembro.

AVALIAÇÃO – Segundo a engenheira agrônoma do Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR-PR) Eliana Reis, o vazio sanitário foi respeitado no município. Ela salienta que durante o período não foi permitido cultivar, manter ou permitir a existência de plantas vivas de soja no campo. “O objetivo é que essas plantas não se tornem hospedeira do fungo Phakopsora pachyrhizi (causador da ferrugem asiática)”.

Eliana menciona que a ferrugem asiática é a principal doença da soja. “Além de seu ataque ser severo, a doença traz diversas consequências, como a disseminação, o custo de controle e o potencial de redução de produtividade da lavoura”.

A engenheira agrônoma menciona ainda que a prática do vazio sanitário da soja beneficia o agricultor. “Pois, o período retarda a entrada da doença nas lavouras. Com isso, necessita de um número menor de aplicações de fungicidas, além de auxiliar na manutenção da eficácia desses produtos para o controle da ferrugem”, relata.

ESTIAGEM – Os estados do Mato Grosso e o Paraná, principais regiões produtoras de soja no Brasil, o plantio já estará liberado. No entanto, a estiagem pode fazer com que os produtores posterguem o início da safra.

O técnico do Departamento de Economia Rural (Deral) Paulo Oliva pontua que as condições climáticas não estão favoráveis ao plantio. “Os produtores aguardam as condições de umidade. “Se as condições forem para postergar o plantio, então poderá haver atraso no ciclo. Contudo, ainda é muito cedo para avaliar se haverá consequência esses nove dias de atraso no começo do plantio. Se tratando de clima, a agricultura é uma indústria a ‘céu aberto’, portanto é delicado comentar sobre atraso”.

Oliva destaca que o clima é fator primordial para uma boa safra. “Neste semestre, observamos que tivemos o registro de poucas chuvas. Essa condição climática afetou – diretamente – as culturas de verão e de inverno. No ano de 2024, infelizmente, várias previsões não se confirmaram e a decisão do produtor é individual, porém a deficiência hídrica é grande”.

Na última segunda-feira (9), o Sistema Meteorológico do Paraná (Simepar) indicava a possibilidade de chuva a partir desta sexta-feira (13) seguindo até domingo (15). A previsão é de sol com nuvens na próxima segunda-feira (16) e terça-feira (17). As chuvas podem retornar em 18 de setembro e seguem até dia 20.

O técnico do Deral menciona que os produtores e as demais pessoas envolvidas na produção esperam que as condições climáticas melhorem. “Precisamos saber qual será a precipitação de chuva e se ela, realmente, se confirmará. O tempo é fundamental para o produtor fazer uma boa safra”.

Oliva menciona que Toledo e os demais municípios da região estão alguns meses com baixa precipitação, altas temperaturas e com umidade relativa do ar baixa. “Esperamos que este cenário mude. A tecnologia colabora com o produtor, mas com o clima seco não tem tecnologia que de bons resultados. Clima e tecnologia são fatores que ‘andam’ juntos”.

Para a safra de verão de soja (2024/2025), a estimativa é ter uma área semeada de 493.000 ha para soja e milho 2.000 ha. “A área é praticamente a mesma do ano passado. Foi plantado 493.690 e colheu 1.514.147 tn, tivemos perda de 18%. Já o milho na primeira safra foi 1.622 ha com produção de 13.175 tn e tivemos perda de 8%”.

Da Redação

TOLEDO

Trigo

A cultura do trigo é a principal alternativa de produção para a safra de inverno no Paraná. A atividade está em andamento. Conforme o técnico do Departamento de Economia Rural (Deral) Paulo Oliva, aproximadamente 20% da produção desta já está colhida. “As demais estão nas fases de frutificação e maturação”. Oliva relata que a equipe do Deral trabalha com em média 28% de perdas. “Os principais motivos são a estiagem e as geadas que afetaram a cultura. Esse índice é considerado pequeno, pois ele representa 1% em relação ao estado do Paraná”. O técnico do Departamento informa que o fechamento da safra de inverno será realizado logo após o término da colheita do trigo.

...
Você pode gostar também
Deixe uma resposta

Seu endereço de email não será publicado.