Espetáculo “Glauce”, com a atriz Débora Duboc, homenageia e refaz trajetória da atriz brasileira Glauce Rocha
Trajetórias que se cruzam em sincronicidade em duas atrizes distintas.
Debora Duboc é uma atriz veterana que resgata o trabalho da atriz como ofício. Sua história de vida em muitos momentos se encontram com a de sua atual personagem, Glauce Rocha.
Duboc é premiada com um APCA de Melhor Atriz e um Prêmio Aplauso Brasil por “Lili” de Aimar Labaki. Melhor Atriz no Prêmio Deus Ateu de Teatro por sua última peça, “O que nos mantém vivos”.
GLAUCE ROCHA
Em apenas 18 anos de carreira, Glauce Rocha atuou em 46 peças, 25 filmes e 6 novelas e teleteatros.
Marcou história em vanguardas como o Teatro do Estudante e, principalmente, foi uma das musas do Cinema Novo, atriz de filmes antológicos como “Rio 40 Graus”, “Os Cafajestes” e “Terra em Transe”, Recebeu um Molière e um APCA, e também ativista, foi figura importante na luta contra a ditadura e essencial na história da legalização do trabalho do ator.
A PEÇA “GLAUCE”
Glauce foi idealizada pela atriz Françoise Forton e seu companheiro Eduardo Barata, para Fran comemorar os seus 55 anos de carreira. Ela queria homenagear Glauce que foi sua tutora quando ainda criança, ela veio de Brasilia para o Rio e morou com Glauce. Fran não teve tempo de fazer o espetáculo, faleceu antes. Débora, madrinha de casamento do casal foi convidada por Eduardo convidou-a para essa substituição.
[…] “E através de Françoise e Glauce, duas grandes oficiantes, sinto estar homenageando gerações que construíram esse espaço de arte e pensamento.”
[…] “Uma atriz além de seu tempo. Era corajosa, e fiel aos aristas e à democracia. Encarou a ditadura e foi determinante na luta pela regularização do nosso Ofício.” Debora Duboc
O RESGATE DA ATRIZ COMO UM OFÍCIO
Glauce é um encontro para falar do tempo, da memória, do afeto e do ofício de atriz nos tempos passados, presentes e futuros. Um encontro para delinear um espetáculo intimista, uma conversa com o público sobre o fazer teatral na construção da identidade e formação cultural de seu povo e seu país.
É um sim à arte, às gerações, às oficiantes e aos oficiantes que constroem o que chamamos de Teatro, Televisão e Cinema.
Honrar Glauce no palco é muito potente, porque cada gesto de hoje no Teatro foi construído por outras gerações, principalmente de atrizes.
É olhar para a nossa memória teatral, para o passado constituído no presente, que poderá construir o futuro.
É olhar para essa mulher, com seu talento, encanto, sua ousadia e a coragem de alguém que não aceitou não poder fazer tudo aquilo que queria e ser tudo que era.
Quando Glauce decidiu ser atriz, as atrizes e as prostitutas eram cadastradas na Polícia, sem distinção, que emitia uma carteirinha. Ambas eram obrigadas a carregar consigo essa carteirinha.
Glauce foi fundamental para a regulamentação da profissão de artista.
A memória de Glauce ecoa o passado, o presente e o futuro do nosso Teatro.