Especialista vai falar sobre a importância de identificar e orientar alunos com altas habilidades
O desafio de identificar e oferecer atendimento especializado aos alunos com altas habilidades, conhecidos popularmente como “superdotados” ou “gênios”, é o tema que será abordado na segunda-feira (12) pela professora Karina Paludo, doutora e mestre em Educação pelo Programa de Pós Graduação em Educação da Universidade Federal do Paraná (UFPR), na Assembleia Legislativa do Paraná. Ela vai falar na abertura da sessão plenária, que inicia às 14h30 – no horário do Grande Expediente, atendendo a um convite do deputado Evandro Araújo (PSD), que é presidente da Comissão de Defesa dos Direitos da Criança, do Adolescente e da Pessoa com Deficiência.
O parlamentar é autor da Lei estadual nº 21.743, de 10 de novembro de 2023, a primeira legislação estadual no país nesse sentido, que estabelece orientações e preceitos para implantação de campanhas estaduais destinadas ao desenvolvimento das potencialidades de educandos com altas habilidades/superdotação na rede de ensino pública do Estado do Paraná. Entre as medidas estão a capacitação de profissionais da rede de ensino pública para identificar e atender alunos superdotados desde a educação infantil até o ensino médio, além de promover o encaminhamento para atendimento dos educandos em ambiente apropriado para o desenvolvimento de suas múltiplas potencialidades. Na ocasião da aprovação do projeto, Evandro Araújo disse ser fundamental que as iniciativas incluam ações conjuntas entre a escola e a família a fim de promover o pleno desenvolvimento não só intelectual, mas emocional do aluno superdotado na perspectiva de uma educação inclusiva.
Neste sábado – dia 10 de agosto – é comemorado o Dia Internacional das Altas Habilidades/Superdotação (AH/SD), termo usado para indicar pessoas com potencialidade de alto desempenho em uma ou mais áreas. Conforme a Organização Mundial de Saúde (OMS), cerca de 5% da população mundial apresenta características superdotadas, e muitas vezes, os sinais começam a ser notados nos primeiros anos da infância. As principais características apresentadas por estas crianças são: rapidez na aprendizagem; facilidade para abstração, associações, análise e síntese, generalizações; leitura e vocabulário avançado; flexibilidade de pensamento; capacidade de julgamento; e aborrecimento com a rotina, entre outras.
De acordo com números divulgados pelo Ministério da Educação (MEC) e Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), no ano passado existiam 38.019 estudantes com altas habilidades ou superdotação no país. O número faz parte do Censo Escolar 2023 que apontou ainda que, das 1.771.430 matrículas na educação especial computadas, a maior concentração estava no ensino fundamental, com 62,90% (1.114.230) das matrículas. Em seguida aparecia a educação infantil, com 16% (284.847), e o ensino médio, que contabilizou 12,6% (223.258) dos estudantes.
Por uma educação especial e inclusiva
A professora Karina Paludo é também especialista em Educação Especial e Inclusiva e em Educação: técnicas e métodos de ensino pela Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR). Teóloga pela Faculdade de Teologia Integrada. Pedagoga pela Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste). Psicóloga pela FAE Centro Universitário. Possui experiência da área de Educação, com particular interesse nos seguintes temas: Educação Especial, Altas Habilidades/Superdotação, Identidade, Resiliência, Alteridade, Afetividade. Atua na docência em cursos de pós-graduação, na extensão universitária, na orientação familiar, na formação de professores e no contexto clínico (por meio da identificação e do enriquecimento de crianças, adolescentes e adultos superdotados). É membro do Conselho Brasileiro para Superdotação e da Associação Brasileira de Criatividade e Inovação.
ALEP