Escola e segurança:  pais devem manter diálogo com os filhos

Enquanto alguns responsáveis negligenciam os filhos não permitindo que tenham o devido acesso à educação, a saúde, a alimentação, ao amor, outros buscam alternativas para que eles tenham todas as condições necessárias dentro da escola e dentro de casa. Cabe aos pais, a família, a quem for responsável pela criança, pelo adolescente dar o amparo necessário nas mais diversas situações de adversidade também no âmbito educacional.

As tragédias ocorridas em escolas, neste ano, conseguiram propagar sentimentos de medo, indignação e tristeza. A psicóloga clínica e mestranda em Educação e especialista, Kettlyn Carla de Souza, pontua que é importante destacar a delicadeza da situação, uma vez que o sentimento de medo atinge toda a comunidade.

“A população em geral é afetada por essas ameaças. No entanto, enquanto orientações para as partes mais diretamente sensibilizadas, a comunidade escolar, reforço as seguintes orientações: busquem acolher – pais acolham o medo dos seus filhos, filhos compreendam o receio de vossos pais, comunidade valide a angústia dos profissionais da educação que estão diretamente lidando e mediando essa situação. Nesse momento o acolhimento e escuta é fundamental, buscando não ignorar os sentimentos trazidos e nem entrar em pânico”, aponta.

Kettlyn comenta que é nesta perspectiva de validação que os pais devem conversar com seus filhos e que não deixem de conversar. “Além do já mencionado, recomenda-se que o conteúdo desta conversa também ocorra no sentido orientativo – orientações e possibilidades passam segurança; ressaltem aos vossos filhos que medidas já estão sendo tomadas; se coloquem à disposição para serem procurados e avisados sempre que a insegurança tomar uma proporção desmedida. A comunicação com a escola também é crucial – aconselhem os vossos filhos diante de qualquer ameaça, ou sensação de ameaça, que comuniquem a escola”.

ATENÇÃO AOS ‘GATILHOS’ –  A profissional comenta que a insegurança pode desencadear síndromes, crises, entre outros problemas nas crianças e nos adolescentes. “Já se têm a orientação sobre o compartilhamento de vídeos, imagens e áudios pois podem atuar como ‘gatilhos’. Enfatiza-se a preocupação do que esses ‘gatilhos’ podem desencadear em nossas crianças e adolescentes, principalmente no que tange ao medo. É notável o aumento de casos de ansiedade, muitas vezes em sua forma mais severa, com crises. Em alguns casos, este medo pode vir a provocar o transtorno do pânico, assim como desestabilizações emocionais, isolamento e traumas”, enumera.

Nos casos em que a insegurança possa gerar desencadear problemas de saúde nas crianças e nos adolescentes, os pais precisam estar em estado de alerta. Kettlyn destaca que os responsáveis devem ter um olhar atencioso sobre seus filhos, para conseguirem observar mudanças bruscas de comportamentos e possíveis dificuldades que os mesmos venham a apresentar.

SINAIS DE ALERTA – Entre os sinais de alerta, a psicóloga cita a apatia, as crises, o isolamento repentino, as dores, os medos excessivos, a agitação e a taquicardia são alguns exemplos. Kettlyn pontua que caso verifiquem essas alterações, é aconselhável buscar ajuda profissional, tanto para prevenção de um possível adoecimento, quanto para quando já haja um quadro patológico que se tenha um tratamento adequado.

MANTER O DIÁLOGO – A profissional salienta que os pais devem conversar com os filhos, manter diálogo, contudo, não há um passo a passo de como essa conversa deve ser realizada. Ela alerta que as conversas devem existir e ser conduzida assertivamente, uma vez que ela não ocorrerá em um momento específico, e sim em vários momentos da vida, trabalhando no desenvolvimento de autonomia e repertório de resolução de problemas.

“Visualiza-se melhor o início deste processo na adaptação escolar, quando a criança pequena sofre com a ansiedade da separação dos pais, pois se sente segura na presença deles. Neste momento, os pais fazem um trabalho gradual de mostrar outras possibilidades à criança e que ela não estará desamparada naquele local. Este exemplo ilustra um eixo fundamental a ser abordado para passar a sensação de proteção aos filhos. Embora haja coisas que não temos controle, no ambiente escolar os alunos não estão desamparados, talvez não da forma ideal, mas não estão”, reforça a profissional ao destacar que diante dos sinais de alerta é importante buscar ajuda.

Da Redação

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