Escola e família: a importância do trabalho conjunto na Educação Infantil

É na Educação Infantil que os pequenos passam a ter contato com a metodologia que instiga diversas percepções humanas, como a audição, o paladar, a visão, o tato, o olfato, além da noção espacial e tática e desenvolvimento e aperfeiçoamento da coordenação motora. Uma criança não é igual a outra. E quando ela está no processo de descoberta do mundo e encontra dificuldades?

“É importante que os pais, os professores e a equipe pedagógica escolar, fiquem todos atentos aos comportamentos que possam representar atrasos, dentro da perspectiva de desenvolvimento que é esperado para cada faixa etária do desenvolvimento infantil, pois existem marcos do desenvolvimento que é esperado para cada faixa etária”, pontua a pedagoga e psicopedagoga, Paula Bortolozo Boaventura.

A profissional destaca que embora todas as crianças não se desenvolvam exatamente ao mesmo tempo, há uma estimativa esperada para que ela desenvolva cada uma de suas habilidades. Ela cita como exemplo não ser comum que, uma criança com 3 anos de idade ainda não caminhe sozinha, há um atraso no desenvolvimento motor, bem como não é comum que esta mesma criança ainda não estabeleça diálogos por frases, falando apenas palavras soltas, aleatoriamente, havendo, assim, um atraso na fala.

“Na faixa etária da Educação Infantil é preciso observar com muita atenção e cautela, pois cada conjunto de comportamentos, sejam atrasos ou altas habilidades no desenvolvimento, podem caracterizar um caso específico, por isso é necessário sempre buscar avaliação com profissional médico e especialistas específicos para avaliar cada conjunto de comportamentos, visando uma avaliação precisa e especializada, para não ocorrer em diagnósticos tardios ou diagnósticos equivocados”, declara.

Outro exemplo apontado por Paula são crianças consideradas ‘agitadas’. Segundo a psicopedagoga, é normal que a criança seja ativa, que ainda tenha dificuldade em autorregular seus comportamentos e cabe aos adultos ensiná-las, mas é comum, em alguns casos, que a falta de uma rotina domiciliar organizada reflita na desorganização e agitação de uma criança, casos que podem ser equivocadamente diagnosticado com o TDAH.

“É preciso avaliar todo o contexto desta criança, de sua família e da escola, avaliar seu desenvolvimento, para então um possível diagnóstico. A família deve procurar ajuda quando perceber que o comportamento ou desenvolvimento da criança não está acontecendo de acordo com o esperado para sua idade, estando além ou aquém, para que então, a partir de uma avaliação e acompanhamento especializado, a família e a escola possam receber orientações de como lidar e estimular a criança, das terapias necessárias e adaptações escolares indicadas. Na dúvida, a dica é procurar um profissional especializado em infância”, reforça.

A FAMÍLIA NO PROCESSO DE APRENDIZADO –  A família é o primeiro contexto social que a criança compartilha, recebe seus primeiros aprendizados, aprende seus valores, costumes, religião. Aquilo que é importante para a família, torna-se importante para a criança. “Desta maneira, a família que valoriza a educação, participa das atividades escolares, motiva seus filhos frente as aprendizagens, ensina e eles que a educação é importante e aprendem a valorizá-la. Pais que valorizam e respeitam os professores, ensinam seus filhos a valorizá-los e respeitá-los, de maneira que o contrário também é verdadeiro, pois as crianças aprendem como modelos, somos espelho para elas”, destaca.

De acordo com Paula, contribuir e auxiliar nas tarefas escolares, participar das festividades e atividades promovidas pela escola, faz com que a criança reconheça o valor daquilo que ela realiza no ambiente escolar, pois se é importante para os pais, torna-se importante e motivador a elas também.

“É importante que, nesta fase, os pais estabeleçam rotina bem elaborada para a criança, o que dará a ela segurança, contribuirá em sua organização e auxiliará no cotidiano escolar, bem como estabeleça limites bem esclarecidos, pois a criança ainda não tem desenvolvida a noção de limite, aquilo que é permitido ou não, cabendo aos adultos ensiná-las, tendo início no ambiente familiar e se estendendo ao ambiente escolar”, evidencia.

A IMPORTÂNCIA DO APRENDIZADO – A profissional pontua que na Educação Infantil, a criança irá desenvolver habilidades importantes para seu desenvolvimento global, participando de atividades que promovam interações entre escola, comunidade e família, exploração de novos saberes sobre suas emoções, contribuição na construção de sua identidade pessoal, além do desenvolvimento de habilidades motoras e cognitivas.

“É na infância que damos início às nossas relações interpessoais, o que se amplia quando a criança passa a frequentar a escola, bem como, é na escola que se inicia o processo de ensino formal, ou seja, na Educação Infantil, há esta interação entre o cuidar e o ensinar, o ser cuidado e aprender. Quando se destaca a importância das aprendizagem na Educação Infantil, faz-se referência a aprendizagens que serão importantíssimas para aprendizagens futuras e mais complexas”.

Para a criança poder escrever em um pequeno caderno, respeitando a margem, as linhas, a direção da escrita e uso sequencial das folhas do caderno, é necessário que ela tenha desenvolvida sua coordenação motora fina, noções de lateralidade, sequência lógica, equilíbrio e noção espacial. Paula destaca que tais habilidades são muito estimuladas na Educação Infantil por meio de atividades motoras, brincadeiras, jogos e exercícios que vão preparar este aluno e fazer com que ele tenha êxito nas atividades futuras.

Da Redação

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