Escola Acolhedora vai auxiliar na inserção de alunos imigrantes na rede municipal de ensino

Com a presença de diversas autoridades, a Prefeitura de Toledo, por meio da Secretaria Municipal de Educação (Smed), lançou oficialmente na quinta-feira (01), o Programa Escola Acolhedora. A intenção é atender os aproximadamente 400 alunos imigrantes de diversas nacionalidades que hoje estudam em escolas e centros municipais de educação infantil (CMEI’s) em Toledo. A intenção é melhorar o atendimento já realizado, prevendo a integração e inclusão, promovendo práticas para trabalhar a identidade, a tolerância e o respeito, facilitando a comunicação entre os estudantes, professores e famílias e valorizando a língua e a cultura do aluno imigrante.

Conforme dados levantados em abril pela Coordenadoria de Diversidade e Ensino Religioso, Toledo tem 190 crianças imigrantes frequentando CMEI’s, oriundas de 14 países diferentes, sendo que a maioria são haitianos, com 98. A unidade com maior presença é o Diva Bordin Fontana, no Jardim Panorama, com 26% dos estudantes nascidos fora do Brasil ou filhos de pais imigrantes. “Diante desse contexto, sentiu-se a necessidade de apresentar encaminhamentos para melhorar o acolhimento aos estudantes de Toledo com orientações, visando amenizar as dificuldades encontradas por eles ao chegarem na comunidade escolar”, explica a coordenadora do Programa Fabiana Bedun Sackvil. 

Nas escolas da rede municipal, de acordo com o mesmo relatório, são 182 crianças. Os de origem haitiana também são maioria, com 94, seguidos por venezuelanos, com 47. Foram identificadas crianças de 10 países, falando 9 idiomas. A maior presença está na Escola Municipal São Francisco de Assis, no Jardim São Francisco, com 28. “Esses alunos estão inseridos no nosso contexto escolar, nas salas de aula, algumas ainda não falam, escrevem ou leem nosso idioma, outras sequer falam português. Eles agora fazem parte da nossa comunidade e precisamos acolhê-los e inseri-los. É isso que este programa vai fazer”, disse a secretária de Educação Marli Gonçalves Costa. 

O Escola Acolhedora leva em conta fatores como o aumento das matrículas dos alunos de outras nacionalidades em escolas do município e também a legislação que assegura o direito à educação de imigrantes e refugiados, mesmo nos casos de falta de documentação pessoal e de comprovação escolar. “O que está sendo construído agora, talvez as pessoas não entendam, mas daqui uma década os frutos serão colhidos e esse trabalho será reconhecido”, comentou o presidente da Câmara de Vereadores, Dudu Barbosa. A cerimônia contou também com a presença de outros vereadores e assessores.  

A prática de acolhimento aborda diferentes competências esperadas, especialmente as socioemocionais. Presente no evento, o delegado chefe da 20ª Subdivisão Policial, Alexandre Macorin, lembrou sua passagem por Foz do Iguaçu, município bastante miscigenado. “Lá pude vivenciar muito a necessidade deste processo de integração. Esse programa é fantástico, pois a Smed busca inserir os imigrantes, mas respeitando a cultura, a língua e a história dessas pessoas. A Polícia Civil tem aprendido muito com vocês e acredito que podemos contribuir ainda mais nesse processo”, destacou.

Além de acolhedor, o Programa está em consonância com os objetivos constitucionais definidos para a Educação Básica. O vice-prefeito Ademar Dorfschmidt citou a necessidade destas pessoas de estarem inseridas num contexto de construção da ‘Nova Toledo’. “Já somos um município de quase 160 mil habitantes e que precisa discutir políticas públicas para todas as pessoas. Vivemos hoje um processo muito parecido com o que aconteceu na década de 40, quando os europeus chegaram ao Brasil”. Ademar, que é descendente de alemães e aprendeu em casa a língua dos pais, relembrou seu primeiro dia de aula. “Eu chorei, pois não falava português. Minha professora me acolheu com um abraço e isso ficou marcado em minha vida. Eu sei o quanto o Escola Acolhedora será importante para nossos alunos imigrantes”, disse emocionado. 

A necessidade de se ofertar um ambiente de carinho foi destacado pelo prefeito Beto Lunitti. Segundo ele, a maioria dos imigrantes que chegam ao Brasil vem por necessidade. “Os afegãos fogem da perseguição política, haitianos e venezuelanos têm seus países vivenciando momentos de dificuldades e vem ao Brasil em busca de oportunidades. Cada imigrante tem sua particularidade, mas têm em comum o fato de que estão largando suas vidas, deixando cultura, costumes, para se aventurar em um novo lugar, sem conhecer as formas de convivência. Precisamos estar juntos, presentes, ter empatia”. Lunitti ainda agradeceu ao apoio da Câmara de Vereadores, a Smed, estendendo o reconhecimento a todos os diretores e diretoras e equipe de gestão, e aos demais setores da administração municipal. “Temos grandes desafios para implantar uma sociedade inovadora, inclusiva, libertadora e encantadora. Para isso precisamos de gente que goste de gente”, concluiu.

Ônibus – Após o evento no Auditório, os presentes foram convidados para participar da entrega de dois ônibus que serão utilizados para o transporte de alunos da rede pública municipal. Além dos dois veículos, a Smed adquiriu um utilitário para transporte de materiais e um veículo para uso administrativo e viagens. O investimento foi de aproximadamente R$ 1,5 milhão.

Da Prefeitura de Toledo

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