Em um único voo, EUA deportam 90 crianças e adolescentes brasileiros
O desembarque foi acompanhado pelos juizados da Infância e da Juventude de Pedro Leopoldo e de Belo Horizonte. O objetivo é verificar se as crianças viajaram acompanhadas do pai ou da mãe. Caso não estejam com seus responsáveis legais, o caso poderá ser tratado como tráfico de menores.
Segundo a BH Airport, concessionária que administra o aeroporto de Belo Horizonte, o caso de ontem é o maior número de deportados em um único voo para Confins desde 2019. Em maio, os EUA enviaram ao Brasil o primeiro voo fretado para deportar brasileiros desde o início do governo de Joe Biden.
A prática era comum no governo de Donald Trump, que adotou política anti-imigração, mas passou a ser usada também no governo Biden, quando um número recorde de imigrantes começou a chegar na fronteira dos EUA com o México.
Em setembro, os EUA pediram que o governo brasileiro aceitasse três voos semanais de deportados. O Brasil concordou com dois. A nova periodicidade estava prevista para entrar em vigor em outubro. O Itamaraty explicou, na época, que o objetivo era reduzir o tempo de permanência dos brasileiros em centros de detenção americanos, especialmente durante a pandemia.
O total de brasileiros que chegam aos EUA ilegalmente começou a crescer em 2015, mas se mantinha em patamares baixos. O pico ocorreu em 2019, quando passou de 1,6 mil casos, no ano anterior, para 18 mil. Em 2020, as travessias caíram em razão das restrições de viagem. No ano passado, o número voltou a subir. Só em agosto, mais de 9 mil brasileiros tentaram atravessar a fronteira americana sem visto. De outubro de 2020 a agosto de 2021, 47,4 mil brasileiros foram apreendidos.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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