Em São Paulo, clássico carioca tem Fla em busca de regularidade e Flu sob pressão
As duas equipes do Rio de Janeiro decidiram jogar em São Paulo por causa da qualidade do gramado da arena do Corinthians. Não havia possibilidade de jogar no Maracanã porque o tradicional estádio carioca está cedido à Conmebol para receber parte dos jogos da reta final da Copa América.
Os dois jogos anteriores entre Fla e Flu na capital paulista aconteceram em 1942 e 2016, ambos no estádio do Pacaembu. E, curiosamente, os dois clássicos terminaram sem gols. Se o placar se repetir no domingo, o tricolor poderá ficar à beira da crise, com forte pressão nos ombros do técnico Roger Machado.
O Flu terminou o Campeonato Carioca em alta, apesar do vice-campeonato, em razão das boas atuações na reta final da competição. Havia até certa expectativa sobre o time de Roger no Brasileirão. Mas os tropeços se seguiram, o desempenho caiu e a situação se tornou mais complicada na rodada passada, com a dura virada que se tornou goleada do Athletico-PR. O Flu era o mandante do jogo disputado em Volta Redonda.
“Às vésperas de um clássico, cria-se um ambiente de extrema pressão, mas nós temos que saber lidar com isso e trabalhar. Juntar os nossos cacos, lamber as feridas, tirar os ensinamentos e olhar para frente”, admitiu o treinador tricolor, após a derrota.
Sem jogos adiados no Brasileirão, o Flu soma dez pontos em oito partidas e está mais perto da zona de rebaixamento do que do G-6. A equipe das Laranjeiras está há quatro jogos sem comemorar uma vitória. Novo tropeço deve aumentar a irritação de parte da torcida com o treinador.
Roger Machado deve ter os retornos do atacante Caio Paulista e do zagueiro Samuel Xavier. A dupla se recuperou de lesões, voltou a treinar normalmente na quinta-feira e pode aparecer na equipe titular neste domingo. Se ficarem como opção no banco de reservas, o treinador deve começar o jogo com Calegari na defesa e Cazares, no ataque. Os veteranos Nenê e Fred seguirão entre os 11.
No lado do Fla, a meta é a regularidade. O atual bicampeão brasileiro vem de uma sequência de quatro jogos com derrota para o Red Bull Bragantino, vitória sobre o Fortaleza, derrota para o Juventude e vitória sobre o Cuiabá. As oscilações têm incomodado o técnico Rogério Ceni, que não consegue fazer a equipe deslanchar, apesar do conhecido bom elenco.
Com dois jogos a menos, o rubro-negro tem 12 pontos e está na disputa pelo G-6. Mas, se não fossem tantos tropeços, já poderia estar na briga pela liderança. A busca pela regularidade tem como principal obstáculo a situação do meio-campo. O time perdeu Gerson, negociado com o Olympique de Marselha, e Diego, machucado.
O veterano vinha fazendo justamente a função de Gerson, mas ele sofreu entorses no tornozelo e também no joelho esquerdos no jogo contra o Cuiabá. Não precisará passar por cirurgia, porém será baixa por algumas partidas – o Fla não estabeleceu uma previsão para seu retorno.
Para piorar, o volante Thiago Maia ainda não apresenta ritmo de jogo para atuar por 90 minutos, em seu retorno de lesão. A diretoria já indicou que deve trazer reforços para o setor. Contudo, para este domingo Rogério Ceni deve apostar nos jovens Hugo Moura, de 23 anos, e João Gomes, de 20. No gol, Diego Alves retomará o posto de titular após ser poupado na rodada passada.
Nesta situação, o time da Gávea espera vencer a segunda seguida neste Brasileirão, o que não acontece desde seus dois primeiros jogos no campeonato.
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