Em paz com a diretoria, Abel Ferreira diz que treinar o Palmeiras é um ‘sonho’
“O Palmeiras é o sonho de qualquer treinador”, disse na coletiva após o triunfo por 3 a 2 sobre o Bahia. “E eu digo isto porque em termos de estrutura, oferece todas as condições ao treinador para desempenhar seu trabalho”, explicou Abel, que fez uma analogia curiosa para justificar seus pedidos reiterados por reforços.
“Sei que às vezes o treinador é chato, porque depende de resultados, teve a reunião e dei o exemplo do menino no supermercado que sempre pede: ‘quero brinquedo’. E o pai diz que não pode, porque precisa poupar para dar comida a quem está em casa. Na altura certa vai ter o brinquedo. O clube dá todas as condições ao treinador, tem as torcidas organizadas que exigem da gente, tem emoções de altos e baixos, mas faz parte”.
Abel externou seu descontentamento após o revés para o Red Bull Bragantino, pois havia feito um relatório com todas as carências da equipe e tinha pedido ao menos três contratações, que não vieram. Apenas o volante Danilo Barbosa foi contratado para a temporada. Maurício Galiotte respondeu em entrevista que a cobrança não acrescentava em nada, e o treinador admitiu ter exagerado porque, segundo ele, sempre quer ganhar.
“Nós nos falamos todos os dias, com Cícero (Souza, gerente de futebol), (Anderson) Barros (diretor de futebol), presidente. O mais importante é que sabemos o que queremos, tenho uma relação extraordinária com o presidente, relação de respeito, verdade e exigência. Ele me entende, sou um treinador jovem, tenho sangue sempre a ferver quando o jogo começa”, ressaltou.
Neste domingo Abel contou com a volta de jogadores importantes, como Danilo e Patrick de Paula. O time ficou mais encorpado, mas encontrou muita dificuldade para superar o Bahia com um gol nos acréscimos. A defesa, sobretudo, tem tido atuações ruins, especialmente porque Weverton, Gómez e Viña, trio que da sustentação à equipe, estão com suas seleções na disputa da Copa América.
“Todos percebermos que vivemos um contexto difícil, mas que com o passar do tempo, quando este elenco estiver todo disponível vamos continuar competitivos, a crescer e mais do que tudo dar alegria aos torcedores. Treinador vive de resultados, e exigência é sempre daqui para lá, eu com a diretoria, eles comigo. Mas já estive em muitos clubes, nunca tive uma relação tão próxima de respeito, de exigência e verdade. Não se fazem bons marinheiros em águas calmas”, falou o português, aliviado com o triunfo no Allianz Parque.
Ele disse ter ficado orgulhoso com os seus comandados pela postura na partida. A vitória levou o Palmeiras ao terceiro lugar, com 13 pontos, ultrapassando o próprio Bahia, um adversário muito “organizado” e com qualidade individual e coletiva, segundo o treinador palmeirense.
“Há momentos em que temos de dar méritos ao adversário e outros vamos tentar corrigir. O jogo passou por vários momentos, durante os 90 minutos uma equipe esteve acima da outra. Tivemos de sofrer e quem é palmeirense sabe que é assim. Emoções no seu melhor. E acho, na minha opinião, foi um bom jogo para quem assistiu a este jogo de futebol”, analisou.
“Nós somos Palmeiras! Todos somos um. Torcedores, clube, treinador, jogadores. Ninguém fica para trás. Seja quem for. Sou líder dos jogadores e darei sempre a cara por eles. Cometo erros e não prego ninguém na cruz. Estamos todos no mesmo barco”, acrescentou.
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