‘Elas na Frente’ destaca batalha das mulheres no enfrentamento da pandemia

A batalha de mulheres durante a pandemia é tema de um documentário idealizado pela Secretaria de Políticas para Mulheres e o Conselho Municipal dos Direitos da Mulher (CMDM) e produzido pela Secretaria de Comunicação Social (Secom). O lançamento da produção ‘Elas na Frente’ aconteceu nesta sexta-feira (21), no Auditório Acary de Oliveira, e emocionou os presentes.

As personagens do documentário são a enfermeira Simone Mayumi Hanada, a médica Dafne Hauck de Oliveira e a diretora da Vigilância em Saúde Helena Nickel. Segundo informações da coordenadora da Secom, Mariana Matsuo, a decisão em apresentar este trabalho surgiu em virtude do número de mulheres atuando junto aos pacientes suspeitos ou contaminados com a Covid-19. Os dados apontam que 74% dos trabalhadores da saúde são mulheres. “Diante desse quadro, a SPM e o CMDM trouxeram a ideia e propuseram o trabalho e nós decidimos o formato, roteiro e demais detalhes da produção”, explica o secretário da Secom, Oscar Gaspar. 

Foram dois meses de coleta de imagens e depoimentos, além dos trabalhos da edição. “Precisávamos dar voz para essas mulheres. Elas são mães, esposas, filhas. Enquanto muitas pessoas tiveram a oportunidade de trabalhar de forma remota e estar próximas dos filhos, dos entes queridos, essas trabalhadoras da saúde foram para o ‘olho do furacão’ e lutam dia a dia para salvar vidas”, acrescenta a coordenadora da Secom, Mariana Matsuo. As Secretarias de Cultura, que cedeu o espaço para as gravações, e a de Saúde, facilitando o contato com as entrevistadas, também foram parceiras do projeto.

A SPM, durante a cerimônia, entregou flores para as três personagens, para a coordenadora da Secom e produtora do vídeo, Mariana Matsuo, e para o cinegrafista e editor da Secom, Fábio Ulsenheimer. O documentário ‘Elas na Frente’ será exibido pela primeira vez na quarta-feira (26), às 18h30, em uma live no perfil oficial da Prefeitura de Toledo no Facebook. 

Produção e lançamento

A produção apresenta a rotina de três mulheres e o seu trabalho profissional durante a pandemia, os medos em relação ao desconhecido e o receio de comprometer a saúde da família. “Essas mulheres precisaram se reinventar durante a pandemia. Estamos aprendendo muito com tudo o que está acontecendo e este documentário vai encorajar muitas pessoas e mostrar como devemos nos comportar diante deste inimigo”, disse a secretária da SPM, Jennifer Teixeira. Responsável pela Secretaria de Saúde em Toledo, Gabriela Kucharski reforçou a presença da mulher na saúde. “Somos sete em cada dez. Se formos para os serviços de enfermagem, e alguns outros setores, esse dado sobe para nove em cada dez trabalhadores. Essa homenagem é justíssima”. 

O reconhecimento ao profissionalismo foi feito, de forma emocionada, pelo presidente da Câmara de Vereadores, Leoclides Bisognin. “Elas têm jornada dupla, tripla. Nos relataram, enquanto estive internado, trabalhar em dois empregos para sobreviver e nos davam força, traziam mensagens de esperança, ficavam comovidas quando perdiam alguém, ou nós perdíamos, e demonstravam compaixão. Será que estamos realmente reconhecendo essas mulheres? Eu vi técnicas de enfermagem que sofriam mais por errar uma veia na hora da medicação do que os próprios pacientes. A experiência que tive naqueles dez dias de internamento, eu nunca vou esquecer”. Bisognin enfrentou a Covid-19 junto com a esposa Neusa, que não resistiu e foi uma vítima fatal da doença. 

Para o vice-prefeito Ademar Dorfschmidt a valorização do ser humano pode ser feita de várias formas e uma delas é reconhecer a importância do trabalho que ela faz. “São tantas mulheres colocando sua vida em risco, enfrentando este momento tão difícil”. Ademar acrescentou que no dia em que o prefeito foi hospitalizado quatro pessoas de seu convívio haviam sido levadas pelo coronavírus e Toledo tinha quase três mil casos confirmados. “Diante de tudo isso, o que mais me marcou foi a mensagem que recebi da minha esposa e da minha assessora dizendo que era preciso acalmar e a gente se sente reconfortado. A mulher tem essa sensibilidade e sempre foi feita muita injustiça com elas. Nós homens devemos muito às mulheres por tudo que já fizemos, podando e retirando direitos durante a história”, reconheceu.

Já o prefeito Beto Lunitti, que passou pela doença e enfrentou vários dias de internamento hospitalar, afirmou ser difícil transformar em palavras a gratidão pelo trabalho das mulheres. “Ao passo que vocês estão salvando vidas, também estão preocupadas com o conforto e o cuidado das pessoas que estão na casa de vocês”. Sobre o lançamento do documentário, Beto disse que momentos como esse são edificantes. “Nos fazem refletir o que estamos fazendo por essas pessoas. Estive no hospital e senti todo o carinho. Diante de todo esse quadro, reconhecemos essa luta que vocês estão à frente. Se tem algum prefeito feliz por ter tantas mulheres dedicadas, inteligentes e realizadoras em seu governo, este prefeito sou eu”, reforçando o agradecimento as secretárias municipais Rosselane Giordani (Cultura), Jennifer Teixeira (Mulher e Juventude) e Gabriela Kucharski (Saúde), presentes no evento.

Protagonismo das mulheres

De acordo com a presidente do CMDC, Camila Alves, o atual momento colocou em destaque o profissionalismo das mulheres, pois os dados demonstram que elas são maioria dentro dos espaços de saúde, mas além disso, mas foi além disso. “Esse é o maior ensinamento que a pandemia nos trouxe. O cuidado é muito mais valioso do que produzir riquezas. Nossa intenção, com este documentário, é destacar o zelo, o trabalho árduo, que é de dor e de luta, mas muitas vezes está escondido por uma cortina romântica de dedicação. Nem sempre sabemos como está a vida delas, a casa, a família, mas elas estão ali enfrentando. Não queremos ser reconhecidas pelo simples fato de ser mulher, mas porque somos profissionais”, comentou. 

Camila ainda destacou que esse material vai embasar debates. “Cumprirá também o papel de sensibilizar a população. A linha de frente que a gente chama, vai para além dos hospitais. São as avós que cuidam dos netos para as mães poderem trabalhar, são as donas de casa com suas jornadas duplas, pois tem obrigações profissionais iguais às dos homens. Não somos heroínas, não precisamos de adjetivos ‘fofos’, queremos apenas o reconhecimento e a igualdade no processo”, frisou.

Da Prefeitura de Toledo-PR

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