Egressa da Unioeste é aprovada em concurso para juíza em MS
A egressa da Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste) campus de Marechal Cândido Rondon, Mayara Luiza Schaefer Lermen, foi aprovada no concurso para juiz de direito em Mato Grosso do Sul, em vara ainda a ser designada. Mayara é natural de Assis Chateaubriand e estudou sempre em escolas públicas. Durante o tempo da graduação, residia junto com os pais, em Toledo, por não ter condições financeiras para se manter sozinha em Marechal Cândido Rondon. Para ir estudar, acordava diariamente às 5:45 horas e pegava a van.
A jovem conta que, na época, tinha aulas pela manhã, estagiava à tarde (junto ao Poder Judiciário, Ministério Público e em escritórios de advocacia), de forma que o período noturno se destinava aos estudos. A decisão pela carreira na magistratura (juízes) veio no terceiro ano da graduação. “Imaginando o longo caminho que tinha pela frente, buscava estudar um pouco mais do que era proposto pelos professores”, conta a nova juíza.
Após o término do curso, em 2017, ela recorda que começou a trabalhar como assistente de juiz, em Assis Chateaubriandt, o que a fez mudar-se para lá e iniciou os estudos para o concurso de magistratura. “Desenvolvi uma fórmula que funcionou muito bem para mim: acordava em torno de 8 horas e estudava até próximo do horário do almoço. Ao final do expediente praticava algum tipo de atividade física como corrida, academia etc., o que a meu ver é fundamental para manter o equilíbrio e, após, em torno das 21 horas, iniciava meus estudos do turno da noite até aproximadamente 2 horas”, explica.
O professor do curso de Direito da Unioeste, Celito Bona, conta que Mayara sempre foi uma aluna focada e dedicada em seus estudos, não era falante, mas que sempre participava das aulas quando incentivada. “Lembro que em uma atividade nas aulas de Filosofia do Direito eu pedi que os alunos discorressem sobre um autor que mais tinha chamado a atenção e ela me surge com um artigo, que depois gerou uma publicação num evento do curso de Filosofia no campus de Toledo”, recorda Bona. O professor ressalta a persistência dela, o que, de acordo com ele, é essencial em concursos jurídicos.
A nova juíza conta que tinha mais facilidade em estudar no período noturno, sem qualquer prejuízo para o descanso, e aproveitava os finais de semana e feriados para dedicar-se aos livros que precisava ler para as provas. Ela frisa, porém, que a rotina não era cumprida à risca todos os dias. “Em alguns momentos durante minha preparação me sentia cansada, então eu tirava alguns dias para eu descansar. Depois de um tempo entendi que isso é essencial e não é ‘perda de tempo’, pois não somos ‘robozinhos’: temos sentimentos e há necessidade de estarmos bem com nós mesmos para que a rotina de estudos não se torne um fardo; pelo contrário, ela deve sempre representar a construção de um sonho”, argumenta.
MARECHAL CÂNDIDO RONDON
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