‘É importante ocupar a rua’, diz ciclista de grupo atacado por motociclista
O caso ocorreu na última quarta-feira, 24. A analista de CX, Karoline Coimbra, co-fundadora do Vespas Bike Gang, que organizou a pedalada, conta que a maioria das 47 mulheres participantes foi atingida. O grupo ficou uma hora parado na rua para que elas se recuperassem da tosse e da ardência nos olhos. Agora, reúnem relatos e informações para fazer um boletim de ocorrência.
Nas imagens, é possível ver o momento em que o motociclista se aproxima do grupo e dispara uma substância nas ciclistas. Elas afirmam que, antes disso, ele havia passado por elas outra vez.
“Antes, acontecia só a agressão do trânsito, motorista que xinga, que tira ‘fina’, mas uma agressão com vontade de machucar muitas pessoas não”, diz a co-fundadora. Ela foi a primeira a ser atingida pelo spray. Depois de o vídeo viralizar nas redes sociais, conta que receberam vários relatos de casos semelhantes de ciclistas que pedalam sozinhos.
Apesar do ataque, Karoline acredita que é importante, para o grupo de mulheres, ocupar a rua e continuar pedalando. “É muito empoderador, é um desafio diário. A gente não deixa de sofrer assédio e de passar pelas insegurança no trânsito, mas como mulher a gente sabe que esse lugar nos pertence e queremos estar na rua”, ressalta.
O grupo, que só aceita pessoas que se entendam como mulheres, surgiu em setembro de 2018 e, neste mês de novembro, voltou a promover pedaladas. “É um espaço em que estamos entre iguais, sem assédio, e com espaço para conversar sobre o que passamos na bicicleta”, pontua.
Comentários estão fechados.