Dia Mundial do Solo: boa gestão possui importância econômica e social
Um estudo produzido pela Food and Agriculture Organization of the United Nations (FAO) mostra que em média 33% dos solos do mundo estão degradados e cerca de 50% dos solos latino-americanos sofrem com algum tipo de degradação.
Um estudo produzido pela Food and Agriculture Organization of the United Nations (FAO) mostra que em média 33% dos solos do mundo estão degradados e cerca de 50% dos solos latino-americanos sofrem com algum tipo de degradação. No dia Mundial do Solo – 5 de dezembro – conservá-lo significa garantir um futuro.
A data foi criada pela Sociedade Internacional de Ciência do Solo (IUSS), durante o Congresso Mundial de Ciência do Solo, em Bangkog, na Tailândia, em 2002, e oficializada pela Assembleia Geral das Nações Unidas, por meio da Resolução n.º 68/232 de 20/12/2013.
De acordo com a Resolução, os solos são fundamentais para a sustentação da vida na Terra, pois constituem a base para o desenvolvimento agrícola, para as funções dos ecossistemas essenciais e segurança alimentar.
No Brasil, o Dia Nacional da Conservação do Solo foi oficializado através do decreto de lei nº 7.876, de 13 de novembro de 1989. A criação desta data foi uma iniciativa do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). A escolha do dia 15 de abril é uma homenagem ao conservacionista norte-americano Hugh Hammond Bennett (1881 – 1960), considerado o “pai da conservação do solo”.
O engenheiro agrônomo do Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR-PR), Leodacir Zuffo, explica que a boa gestão do solo possui importância econômica e social importante para a biodiversidade, agricultura sustentável e segurança alimentar, combate às alterações climáticas, melhoria da disponibilidade de água, entre outras questões.
Zuffo recorda que a degradação dos solos e as secas são desafios das autoridades e de órgãos, inclusive, de dimensão mundial. “Ela representa entraves para o desenvolvimento sustentável. A reflexão é a conscientização da importância de buscarmos ações para usar o solo de maneira responsável, sem ameaçar a segurança alimentar do mundo, a produção alimentar e a vida na Terra, de uma maneira geral”, enfatiza.
TÉCNICAS – O solo é o principal patrimônio para a produção de alimentos e, por isso, deve ser protegido por todas as gerações. “A conservação e a proteção do solo deve ser uma missão da sociedade e, inclusive, dos agricultores, que tiram dele o sustento para si e seus familiares, e produzem alimentos para o Brasil e o mundo”, pondera o engenheiro agrônomo.
Conforme Zuffo, a conservação do solo é um conjunto de princípios e técnicas agrícolas. “Possuem como objetivos o manejo correto das terras cultiváveis, evitando a erosão em todas suas formas e aproveitando a terra por unidade de área plantada. Com isso, é possível evitar a degradação física, química e biológica do solo”.
Para a área cultivada atingir a melhor produtividade do Paraná, ações são realizadas para a conservação do solo. Atualmente, o IDR-PR assim como o Governo do Estado estão preocupados em manter o solo, cada vez mais, produtivo, porém com sustentabilidade ambiental. “Os profissionais utilizam ferramentas técnicas embasadas nos órgãos de pesquisas oficiais e também programas governamentais com práticas subsidiadas aos produtores para conservação dos solos e melhoria na fertilidade”.
Entre as práticas estão listadas os terraceamentos; curva de nível nas propriedades; rotação de culturas; estradas rurais integradas com as lavouras para evitar a erosão e perda de fertilidade; plantio direto com qualidade aumentando a cobertura do solo, entre outras.
ESTRATÉGIAS – Sobre a adoção de políticas públicas, a Secretaria de Agricultura do Paraná e o Instituto de Desenvolvimento Rural com as cooperativas e a sociedade civil organizada e os produtores estão com a responsabilidade de colocar em prática programas que visem a conservação de Solos.
Zuffo menciona que somente com ações será possível frear a erosão e, por consequência, a perda da camada de solo mais fértil e produtiva. “Algumas estratégias conservacionistas para a agricultura devem integrar o aumento da produtividade e a preservação ambiental, com foco na conservação do solo e da água”.
Ele salienta a necessidade de corrigir os problemas existentes e planejar melhor as ações de correção dentro de cada propriedade, município e região. “Além de melhorar a qualidade do plantio direto aumentando a quantidade e qualidade da palhada na superfície do solo. A rotação de cultura é essencial e melhora a estrutura física do solo. Ela atua como descompactador de solo, permitindo maior infiltração de água, entre outras questões”, destaca o engenheiro agrônomo.
Zuffo finaliza que fazer a conservação de solos é um compromisso com o futuro da agricultura. “Esse compromisso deve ser dos produtores mais experientes ou os mais novos que estão na atividade”.
Da Redação
TOLEDO