Deputado pede investigação sobre uso das Forças Armadas por Bolsonaro na pandemia
Na ocasião, em discurso aos apoiadores no Palácio do Planalto, Bolsonaro afirmou que ‘tiranos tolhem a liberdade das pessoas’, em referência a governadores e prefeitos que impuseram restrições à circulação de pessoas para frear o avanço do coronavírus. “Alguns tiranetes ou tiranos tolhem a liberdade de muitos de vocês. Pode ter certeza, o nosso Exército é o verde oliva e é vocês também. Contem com as Forças Armadas pela democracia e pela liberdade”, disse. “Estão esticando a corda, faço qualquer coisa pelo meu povo. Esse qualquer coisa é o que está na nossa Constituição, nossa democracia e nosso direito de ir e vir”, prosseguiu.
No pedido, o deputado afirma que Bolsonaro incitou a ‘subversão da ordem política e social’ e a animosidade entre as Forças Armadas e governos locais.
“Está clara a intenção do presidente de incitar a população que está sofrendo com as restrições e imposições de regras de distanciamento social para se oporem as medidas, inclusive de forma violenta. Esse fato autorizaria, na visão caolha do presidente, a intervenção militar como instrumento de garantia”, diz um trecho do pedido. “Ao alardear o uso das Forças Armadas – que o chefe do executivo da União chama de forma pessoal como MEU EXÉRCITO – para descumprir na força bruta as regras de distanciamento social impostas pelos governos estaduais e municipais, evidentemente que se está propagandeando a violação da ordem política por um processo violento.”
A notícia-crime foi enviada depois que o deputado pediu ao Supremo que cobrasse esclarecimentos do presidente a respeito da fala. Como mostrou o Estadão, as informações prestadas por Bolsonaro foram compartilhadas com o parlamentar, por ordem do ministro Marco Aurélio Mello, e agora subsidiam o pedido de investigação.
“O presidente adota como prática fazer ameaças de que as Forças Armadas podem agir contra a democracia por ordem dele. Não podemos cruzar os braços diante desse crime contra nós, brasileiros, contra a nossa democracia “, afirma Vaz.
Comentários estão fechados.