Dengue: cuidados devem ser mantidos no inverno

Frio lá fora, quentinho dentro de casa. Seja no famoso pratinho de planta ou vaso de flor, ou ainda nos potes de alimentação dos animais domésticos ou ralos com pouco uso. O fato é que sempre há um local suficiente para o mosquito da dengue fazer a festa. Por isso que os cuidados não devem ser negligenciados nem no período do inverno.

Em Toledo, os dados do Boletim da Dengue mostram que o ano epidemiológico – que encerra no dia 31 de agosto – não foi nada fácil para o combate ao mosquito Aedes aegypti, transmissor da doença. De agosto de 2022 até a última terça-feira (18) foram registradas 2.311 notificações, sendo 1.089 casos positivos; nove destes foram contraídos fora do município (casos importados).

A supervisora do Setor de Endemias, Ivanilde Aguiar da Silva Prado, comenta que o período epidemiológico tem sido de muito trabalho para os agentes. Os últimos dias, por exemplo, foram complicados para a equipe realizar as visitas por conta das chuvas.

Com o clima estabilizando, é possível dar continuidade as visitas que também são realizadas nas empresas com parcerias para divulgar os cuidados e alertar sobre as complicações que a dengue provoca. “No inverno as pessoas acabam relaxando um pouco e os cuidados ficam de lado. Mas é preciso ficar em alerta porque o mosquito continua ‘por aí’ inclusive nessa época do ano”.

CUIDADOS – No inverno, o mosquito transmissor da dengue circula menos. Contudo, os cuidados de prevenção em casa, nos quintais, nas empresas, prédios e lotes devem ser reforçados. Se os criadouros do Aedes aegypti não forem eliminados enquanto as temperaturas estiverem mais baixas, os ovos depositados nesse período podem permanecer intactos por meses e quando a chuva e o calor voltarem, eles vão eclodir, dando origem a novos mosquitos.

Ivanilde explica que os ovos do mosquito são muito resistentes podendo ficar até um ano e dois meses em um recipiente seco. E é quando caem as temperaturas que as medidas de controle podem ser mais eficazes, já que o ciclo reprodutivo do mosquito fica mais lento e, dessa forma, as ações voltadas para o combate terão um impacto maior.

“Muito importante tirar dez minutos por dia para vistoriar o quintal e eliminar qualquer recipiente que possa acumular água e virar um criadouro do mosquito. No inverno, os ovos demoram um pouco mais para eclodirem, mas se não forem eliminados, os mosquitos aparecem”.

DADOS – Neste período epidemiológico, cinco regiões de Toledo registraram maior número de casos, como o bairro Santa Clara IV com 206 casos. “É uma localidade com 2.200 imóveis que registrou 206 casos. É um índice alto, e por conta disso, intensificamos os trabalhos realizando Ecoponto Itinerante no bairro para recolher objetos que possam acumular água e servir de criadouro para o mosquito”.

Além do Santa Clara IV, o bairro Jardim Europa (98), Vila Industrial (72), Jardim Panorama (63) e o Centro (58) complementa a lista das localidades na cidade com maior número de casos de dengue, dados atualizados até a última terça-feira (18). No interior, dois distritos também tiveram a ação dos Ecopontos Itinerantes: São Luiz do Oeste, com 44 casos, e Dez de Maio com 39 casos de dengue.

“Tivemos que realizar o Ecoponto nos distritos porque os bloqueios – ação realizada quando há casos confirmados – já não traziam resultados. Nessas localidades também encontramos muitas cisternas, utilizadas para armazenar água da chuva para ser usada em jardins e hortas, com fechamento inadequado. E a orientação é deixar bem fechada”, complementa Ivanilde.

AGENDAMENTO – E quando os agentes de Endemias não conseguem realizar a visita nos imóveis – quando não tem ninguém em casa para receber a equipe – os moradores podem realizar o agendamento da visita em um dia e horário oportuno. “Nas localidades onde o agente não conseguiu entrar, ele deixa na caixa de Correio uma ficha para o morador agendar a visita em outro momento. É muito importante esse retorno da população para que todos os imóveis sejam vistoriados e as orientações repassadas”.

A supervisora do Setor de Endemias enfatiza que esse protocolo já tem dado retorno e ele é muito importante principalmente em condomínios onde a entrada é mais restrita. “Mesmo quem não tem quintal, como os moradores de apartamentos, devem prestar atenção em objetos que possam servir de criadouros para o mosquito como plantas aquáticas, potes de alimentação dos animais domésticos, pratinhos de plantas, entre outros. Os cuidados devem ser mantidos o ano todo”, conclui.

Da Redação

TOLEDO

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