Demissionária desde março, Suzana Guerra deixa IBGE amanhã
Em um de seus últimos atos à frente do instituto, ela assinará nesta quinta, 8, um acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU) que torna o Brasil um dos cinco países do mundo administrador de uma plataforma digital de processamento de dados estatísticos e geocientíficos. Além do Brasil, somente China, Emirados Árabes, Ruanda e um representante europeu ainda não anunciado têm acesso a essa ferramenta, que facilitará a divulgação e o intercâmbio de informações .
Com o acordo, Susana espera abrir as portas do órgão, que viraria um hub de big data, não apenas para a modernização da produção de conteúdo como para futuros financiamentos, que poderiam inclusive ajudar na viabilização do Censo Demográfico. A cerimônia de assinatura terá adesão do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), embora não envolva transferência de recursos financeiros, mas sim de tecnologia e de treinamento para tratamento de dados.
“Por conta da pandemia, outros órgãos de estatística estão passando por dificuldades análogas e gerando soluções em tempo real. Então, isso abriu um espaço tremendo para uma cooperação multilateral. E essa cooperação internacional visa essa abertura, e também é uma alavanca para o IBGE continuar levantando recursos com outros órgãos para que consiga levar adiante outros projetos de tecnologia e modernização que serão cruciais em um período tanto de pandemia mais branda, mas também de restrição orçamentária”, contou Susana.
Segundo fontes ligadas ao instituto, a escolha da ONU foi um desdobramento do aprendizado do órgão durante a pandemia, com novos processos de trabalho que podem ser aproveitados para a realização do censo. O primeiro é um modelo misto de coleta, que passa do presencial e online para agora também telefônico. Os cadastros de endereços também foram aperfeiçoados. O acesso e tratamento de dados cadastrais de beneficiados pelo auxílio emergencial pago pelo governo federal já permitiram ao IBGE um mapeamento remoto de grande parte dos domicílios a serem visitados, e equipamentos de segurança sanitária seriam adquiridos para permitir as visitas domiciliares.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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