Deltan Dallagnol e Fábio Oliveira pretendem combater a corrupção
“A decisão mais difícil foi sair do Ministério Público”, disse o pré-candidato a deputado federal, o ex-procurador, Deltan Dallagnol. Ele e o pré-candidato a deputado estadual Fábio Oliveira – ambos do Partido Podemos – estiveram em Toledo, visitaram o JORNAL DO OESTE e participaram do Programa Fim de Tarde com o Editor. Durante a entrevista, Deltan e Fábio falaram sobre política e comentaram sobre os projetos 20+ e 200+.
O Projeto 200+ trabalha com a ideia de colocar mais de 200 deputados e senadores que tenham compromisso com o combate à corrupção, com a preparação política e com a redução ou a extinção do fundo eleitoral.
Já, o Projeto 20+ é direcionado para o Congresso Nacional. O Movimento no Paraná tem como finalidade eleger mais de 20 deputados estaduais na Assembleia Legislativa do Paraná (Alep) e que tenham compromisso com três princípios: preparação política, transparência e fiscalização.
Segundo Dallagnol, os eleitores devem optar por candidatos comprometidos com estes projetos. “Nós desejamos combater a corrupção, preparar o candidato para a política, como estudar sobre Segurança, Infraestrutura, Finanças Públicas, enfim. O candidato deve estar preparado para executar o cargo. Desta maneira, os projetos filtram os candidatos por estado”.
Sobre o 20+, Oliveira destaca que o candidato deve passar por um curso de 100 horas no curso de preparação política e o conteúdo deve ser atualizado a cada dois anos.
MUDANÇA – Sobre o cenário político, Deltan Dallagnol revela que o desejo de ingressar na política surgiu a partir do trabalho realizado durante a Operação Lava Jato. “Naquele período, acompanhei situações graves ocorridas na política. A questão não é apenas colocar o criminoso na cadeia ou gerar o sofrimento humano ao criminoso, e sim, não gerar mais sofrimento a sociedade, a vítima do crime”.
O pré-candidato a deputado federal destaca que quando o sistema político passou a descontruir o trabalho do Ministério Público na Operação se sentiu responsável em tentar mudar a realidade. “Esse foi um dos motivos em decidir deixar o Ministério Público e ingressar na política. Acredito que é preciso invadir – de maneira democrática – o Congresso, ou seja, através do voto nas urnas ocupar as cadeiras”.
Nas investigações ainda no MP, Dallagnol enfatiza que acompanhou o que considera o pior da política. “Quando conseguimos deter o corrupto, o pedófilo, ou o traficante na cadeia, o objetivo principal é proteger a sociedade ou o sofrimento causado por cada crime. Colocamos corruptos na cadeia e milhões de reais foram ressarcidos para a sociedade”.
Dallagnol complementa que tem a plena consciência de que uma ou cinco pessoas não vão mudar o Brasil no Congresso. “Nós precisamos assumir o cargo no Congresso. Eu quero essa mudança e estou viajando pelo Brasil. Visitei municípios no Paraná, São Paulo e Minas Gerais. Todo mundo já reclamou do Congresso, porém a indignação não vai mudar, porque precisamos de ações efetivas”.
CORRUPÇÃO – A população de Toledo almeja mudança e ela participou de maneira efetiva do projeto Dez Medidas Contra a Corrupção. De acordo com Dallagnol, aproximadamente 15% dos toledanos assinaram e concordaram que as leis deveriam ser alteradas. “Nós fizemos tudo o que estava ao nosso alcance para combater a corrupção”.
O pré-candidato menciona que as principais discussões ou alterações passam pelo Congresso, como as reformas Educacional, Tributária e Política. “Precisamos mudar o Sistema. Confesso que não foi fácil sair da minha zona de conforto e de segurança. No MP, eu tinha estabilidade, segurança e rotina de vida. Porém, é preciso manter o trabalho de combate a corrupção”.
PREPARAÇÃO – Quem também pretende combater a corrupção é o pré-candidato a deputado estadual Fábio Oliveira. Ele é engenheiro civil e já trabalhou por dois anos no Governo do Estado. “A evolução da visão em ajudar o próximo deu uma guinada a partir de 2014 quando participou da coleta de assinaturas do projeto Dez Medidas Contra a Corrupção”.
Oliveira recorda que foram mais de dois milhões de assinaturas durante um ano e meio. “Nós – cidadãos – demonstramos que não concordávamos com as atrocidades a nível de corrupção e queríamos participar desse combate”.
O pré-candidato a deputado estadual lembra que durante o acidente do avião do time da Chapecoense, em 2016, os deputados se reuniram na madrugada e ‘destruíram’ as medidas. “Eles simplesmente ‘jogaram no lixo’ as assinaturas de todas as pessoas”.
FISCALIZAÇÃO – O pré-candidato a deputado estadual cita que o compromisso da fiscalização é uma atribuição do deputado estadual. “É algo que sentimos no bolso, como o caso do pedágio ou contratos de roçadas de algumas rodovias, os quais desviaram muitos recursos. Se os deputados estaduais tivessem fiscalizado o caso de corrupção do pedágio não teria acontecido, por exemplo”.
Dallagnol ainda pondera que muitas pessoas não desejam que eles sejam eleitos. “Essas pessoas desejam não nos ver atuando no Congresso ou na Assembleia Legislativa. Com isso, inventam diversas narrativas. São assuntos para atacar a nossa credibilidade, porque sabem da força da candidatura e de combater a corrupção. O combate a corrupção sempre será uma causa forte no Brasil”.
FUNDO ELEITORAL – Sobre a temática ‘Fundo Eleitoral’, o pré-candidato a deputado federal afirma que tem o compromisso em defender a extinção dele. “O Fundo não é distribuído de forma igual. Quando não tem democracia nos partidos, a distribuição não fortalece a democracia, e sim, ele perpetua o poder”.
Oliveira complementa que o Fundo foi criado como algo bom, porém está sendo utilizado de maneira equivocada. “O Fundo Eleitoral deve reduzir recursos da Educação, Saúde e Segurança Pública”. Dallagnol ainda revela que não decidiu se usará ou não o Fundo. “Entendo e defendo que usem o Fundo para reduzir o seu valor, pois é vergonhoso”.
FAMÍLIA – Segundo Dallagnol, quando conseguiu compreender que o outro caminho para servir o próximo era pelo meio da política, a decisão aconteceu com a participação da família. “Deus distribui talentos para as pessoas e o meu é combater a corrupção. Se ficasse no MP estaria enterrando o meu talento. Eu estudei como ocorre a corrupção, participei de atividades em universidades internacionais. Eu vi a corrupção e acredito que tenho algo para acrescentar”. O pré-candidato a deputado federal acrescenta que deverá baixar o poder de vida de sua família. “Porém, nós viveremos de acordo com os nossos valores”.
Para o pré-candidato a deputado estadual, a família é o principal alicerce. “Em um processo de reflexão e oração em casa, decidi entrar para a política e a minha família apoia essa minha decisão”.
Da Redação
TOLEDO