De volta ao calendário, São Silvestre vai reciclar 350 mil copos plásticos

Animada com o impacto positivo que entende ter gerado com a reciclagem de 500 mil copos plásticos, utilizados por 35 mil atletas e que se tornaram 1.800 lixeiras no ano passado, a São Silvestre, de volta ao calendário após um ano de ausência em razão da pandemia, decidiu novamente transformar as embalagens em um novo produto. Desta vez, 350 mil copos utilizados pelos corredores vão se tornar 10 mil caixas organizadoras, que também serão doadas para entidades públicas na cidade. No dia 31, ocorre a 96ª edição da tradicional corrida paulistana.

Pelo segundo ano, uma parceria do Movimento Plástico Transforma com a Fundação Cásper Líbero e a Yescom, organizadoras da tradicional prova de rua, coletará as embalagens descartadas, que serão recicladas, transformadas e doadas para entidades do Estado de São Paulo, ainda a serem definidas.

“A gente promove diversas ações para levar essa mensagem da transformação do plástico e da importância da conscientização para a população. O movimento tem esse caráter educacional, atingimos bastante crianças e jovens com os nossos conteúdos e ações”, diz Mariana Cardoso, uma das coordenadoras do Movimento Plástico Transforma.

“O resultado positivo da ação realizada na última edição da São Silvestre fez com que repetíssemos a iniciativa neste ano. Nosso objetivo é mostrar para a sociedade a importância do descarte correto e da reciclagem, não apenas do plástico, mas de todos os resíduos”, reforça Edison Terra, vice-presidente de Olefinas e Poliolefinas na América do Sul da Braskem.

Os organizadores distribuem milhares de copos de água, em diversos pontos ao longo do percurso de 15km. A embalagem plástica é o formato mais apropriado para o corredor ingerir o líquido de forma rápida e segura sem perder tempo. A inciativa se baseia num processo de cinco passos durante a São Silvestre: consumo, descarte, coleta, reciclagem e a transformação do produto. Mesmo de forma indireta, todos acabam participando.

Equipes responsáveis pela coleta dos copos estarão ao longo do trajeto para recolher o material descartado. Ao fim da prova, caminhões recolhem o material e encaminham a uma recicladora, onde ocorre o processo de triagem e reciclagem. A matéria-prima reciclada é então transformada em novos produtos, neste caso as caixas organizadoras.

Criado em 2016, o movimento procura mostrar a utilização e a reutilização do plástico de forma criativa e responsável em soluções que podem transformar o dia a dia e o futuro da população. A primeira ação do grupo foi a instalação interativa PlastCoLab, que impactou mais de 37 mil pessoas e contou com quatro edições em São Paulo, Porto Alegre, Salvador e Brasília.

A iniciativa na São Silvestre, diz Mariana, busca evidenciar a importância da economia circular. Um dos objetivos do Movimento Plástico Transforma é estimular a reciclagem de materiais e educar quanto ao uso e ao descarte corretos dos resíduos. Ela entende que a sociedade está hoje mais conscientizada, embora o caminho seja longo.

“Queremos fortalecer essa mensagem. Reciclar é algo tão básico, muitas pessoas ainda não fazem, mas vemos esse movimento crescendo. É o que as pessoas fazem em casa, separar um frasco de shampoo, do sabão líquido e por aí vai. Tudo pode virar um novo produto”, salienta. Haverá também uma ativação nesses dias que antecedem a São Silvestre com o público que vai retirar os kits da corrida.

DIA DA PROVA – Principal corrida de rua da América Latina, a São Silvestre está marcada para o dia 31, sexta-feira, e terá a participação de 20 mil corredores. O Brasil quer retomar o protagonismo na prova. O País não tem um atleta no posto mais alto do pódio desde 2006 no feminino e desde 2010 no masculino. Somente atletas vacinados poderão participar da disputa, desta vez sem o tradicional apoio do público que incentiva os competidores ao longo do percurso.

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