CPI da Covid quer saber se governo e CBF negociaram liberação de argentinos
O jogo entre Brasil e Argentina, pela sexta rodada das Eliminatórias, foi suspenso após quatro atletas argentinos – Emiliano Martinez, Emiliano Buendia, Giovani Lo Celso e Cristian Romero – descumprirem regras sanitárias determinadas pela Anvisa e entrarem em campo. Aos cinco minutos do primeiro tempo, agentes da Anvisa entraram em campo e pararam o jogo em razão da presença dos jogadores (três deles titulares, Buendia ficou como reserva).
“Vamos enviar requerimento à CBF, através da CPI da Pandemia, solicitando resposta para o seguinte: com quais autoridades o governo brasileiro fez ‘acordo’ para burlar as regras sanitárias da Anvisa?”, afirmou Randolfe.
A Anvisa afirmou, em nota, que na tarde de sábado, em reunião com representantes da Conmebol, da CBF e da delegação argentina, recomendou a quarentena dos quatro jogadores argentinos. Os atletas prestaram informações falsas e descumpriram uma portaria da agência que estabelece que viajantes estrangeiros que tenham passagem, nos últimos 14 dias, pelo Reino Unido, África do Sul, Irlanda do Norte e Índia, estão impedidos de ingressar no Brasil como precaução contra a disseminação da covid-19.
Segundo o jornal O Globo, cartolas da CBF e da Conmebol informaram nesta reunião que estavam em conversas com o governo brasileiro para conseguir a liberação dos jogadores. Não disseram, porém, com quem estariam conversando.
Na chegada ao Brasil, na sexta-feira, os jogadores afirmaram não terem passado por nenhum dos quatro locais, uma informação falsa. Os quatro atletas atuaram em partidas do Campeonato Inglês entre os dias 28 e 29 de agosto. Martinez e Buendía jogam pelo Aston Villa, enquanto Lo Celso e Romero integram o elenco do Tottenham. A entrada deles no Brasil foi considerada ilegal.
A Anvisa informou que, na manhã deste domingo, acionou a Polícia Federal para que fossem adotadas providências imediatas. “A Anvisa perseguiu, desde o primeiro momento, o cumprimento à legislação brasileira, que, nesse caso, se restringia à segregação dos quatro jogadores envolvidos e a adoção das medidas sanitárias”, afirmou a agência.
“Desde o instante em que tomou conhecimento da situação irregular dos jogadores – no mesmo dia da chegada da delegação – a Anvisa comunicou o fato às autoridades brasileiras em saúde, por meio do CIEVS – o Centro de Informações Estratégicas de Vigilância em Saúde.”
A Anvisa informou que “a decisão de interromper o jogo nunca esteve, nesse caso, na alçada de atuação da agência”. “Contudo, a escalação de jogadores que descumpriram as leis brasileiras e as normas sanitárias do País, e ainda que prestaram informações falsas às autoridades, essa assim, sim, exigiu a atuação da Agência de estado, a tempo e a modo.”
Em nota, na hora do jogo, o Ministério da Saúde afirmou que apoia as recomendações do órgão em relação aos jogadores argentinos. “O Ministério da Saúde informa que apoia e reconhece as recomendações da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), autoridade em saúde responsável pelas ações de vigilância sanitária do país.”
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