Compagas abre chamada pública para aquisição de gás natural

A Compagas (Companhia Paranaense de Gás) está com chamada pública em andamento para aquisição de gás natural. Com a CP23 (como é denominado o processo) a empresa planeja comprar 70 mil m³/dia de gás para complementar os contratos vigentes e atender ao mercado cativo a partir de 2023; para 2024 e 2025, o volume firme a ser contratado é de mais de 500 mil m³/dia. A empresa também deseja receber propostas para contratação de volumes na modalidade interruptível.

A iniciativa visa melhorar a competitividade do gás natural por meio da diversificação de fontes e agentes supridores. “Nossa meta é ter um portfólio de suprimento que permita uma segurança operacional e melhores condições comerciais para os diversos segmentos de consumo, principalmente para a indústria”, afirma o diretor-presidente da Compagas, Rafael Lamastra Jr. “Também buscamos resoluções para as barreiras que dificultam o acesso das distribuidoras do Centro-Sul do País às infraestruturas de transporte, de forma a permitir um número maior de supridores atuando nesses Estados”.

As propostas devem ser encaminhadas para o e-mail chamadapublicagn@compagas.com.br até o dia 17 de outubro de 2022. Os documentos da Chamada Pública e o Termo de Referência estão publicados em compagas.com.br.

Esta é a terceira chamada pública para aquisição de gás natural lançada pela Compagas nos últimos três anos. As duas primeiras foram realizadas de forma coordenada com as distribuidoras da região Centro-Sul do País: MSGás. GasBrasiliano, SCGás e Sulgás. Em ambos os processos, a Compagas acabou firmando contrato com a Petrobras – único supridor que apresentou condições viáveis de fornecimento para garantir a continuidade da distribuição de gás canalizado no Paraná.

Atualmente, os contratos com a Petrobras somam, aproximadamente, 1 milhão de m³/dia (volume firme). Para os próximos anos (2023 a 2025), o portfólio de suprimentos foi ajustado para que existam janelas de oportunidades para contratações futuras com outros supridores.

Lamastra também aponta a importância dos processos anteriores para uma aproximação com os principais agentes do mercado, aprofundamento dos estudos técnicos relacionados à contração do suprimento e identificação dos diversos desafios que impedem a evolução sustentável do mercado de gás – principalmente aqueles ligados ao transporte e regulação do setor.

“Os gargalos técnicos na interconexão das malhas da TBG (Transportadora Brasileira Gasoduto Bolívia-Brasil) e da NTS (Nova Transportadora do Sudeste), em especial na questão de que a infraestrutura não está preparada para escoar o gás doméstico para atendimento total à demanda da Região Sul e na ocorrência do que chamamos de ‘empilhamento de tarifas’ para a contratação de transporte e acesso ao gás oriundo de outras regiões do país, são pontos que devem ser tratados com urgência pela ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis). Reforço ainda que esses temas são de extrema importância para viabilizar o livre acesso das distribuidoras do Centro-Sul a outros mercados com condições mais competitivas e garantir o suprimento para seus clientes”, destaca.

CONTRATOS-PILOTO – Recentemente, também em alinhamento à busca de maior competitividade para o gás natural e visando a diversificação de agentes de suprimento para o Paraná, a Compagas firmou dois contratos-piloto de suprimento de gás natural com as comercializadoras Tradener e Gas Bridge Comercializadora.

Os contratos preveem a entrega de até 10 mil metros cúbicos por dia de gás para a Compagas, por um prazo de 10 dias, e foram firmados na modalidade interruptível, ou seja, quando a demanda pode ser interrompida ou reativada, diante da disponibilidade de molécula por parte dos supridores.

O gás natural em ambos os contratos é oriundo da Bolívia. Dada a confirmação da redução do envio do combustível pelo país vizinho, a Compagas, em conjunto com as supridoras, monitora a situação e busca janelas de oportunidade para receber o gás contratado no Paraná. O fornecimento do contrato-piloto com a paranaense Tradener já foi realizado em junho, enquanto que o com a Gas Bridge possui previsão de fornecimento até o final de 2022.

Esta foi a primeira vez que a Compagas celebrou contratos com supridores alternativos à Petrobras para fornecimento de gás natural canalizado ao Estado.

COMPAGAS – Empresa de economia mista, tem como acionista majoritária a Companhia Paranaense de Energia – Copel, com 51% das ações, a Commit Gás, com 24,5% e a Mitsui Gás e Energia do Brasil, com 24,5%. Em março de 2000, a empresa passou a ser a primeira distribuidora do Sul do País a fornecer o gás natural canalizado aos seus clientes, com a inauguração do ramal sul do gasoduto Bolívia – Brasil (Gasbol).

Atualmente, a Compagas conta com mais de 52 mil clientes dos segmentos residencial, comercial, industrial, veicular e geração de energia elétrica e está presente em 16 municípios: Araucária, Curitiba, Campo Largo, Balsa Nova, Palmeira, Ponta Grossa, São José dos Pinhais, Colombo, Quatro Barras, Fazenda Rio Grande, Pinhais, Campina Grande do Sul, Paranaguá, Carambeí, Castro e Arapoti.

Da AEN

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