Com variante e nova onda na Europa, cidades cancelam festas de réveillon
A Organização Mundial da Saúde (OMS) enviou aos governos ontem alerta em que aponta risco global “muito alto” da Ômicron. Mas destacou haver poucas evidências concretas sobre se a nova cepa é mais transmissível ou escapa das vacinas. No Brasil, há dois casos suspeitos em investigação: um homem vindo da África do Sul, que chegou em Guarulhos, e uma mulher vinda do Congo, que buscou atendimento médico em Belo Horizonte.
“Diante da chegada de uma nova variante do coronavírus e do aumento de casos na Europa, estou tomando a decisão de cancelar o Virada Salvador deste ano”, escreveu o prefeito soteropolitano, Bruno Reis (DEM), nas redes sociais. O evento costuma reunir mais de 250 mil pessoas. Reis prevê adiar ao máximo a decisão sobre o carnaval – ele quer bater o martelo com o governador baiano, Rui Costa (PT). Pressionado por empresários do setor, Costa já sinalizou cautela. “Países estão fechando cidades quando aparecem cinco casos”, disse, no dia 18.
Na sexta, o governo do Ceará informou o cancelamento da tradicional Festa da Virada, na Praia de Iracema, em Fortaleza. “Até chegamos a considerar a possibilidade de realizar nossa tradicional festa da virada, se a situação permitisse”, disse o prefeito José Sarto (PDT). “O cenário internacional é preocupante.”
Florianópolis vai ter queima de fogos, mas não shows musicais. Por outro lado, a capital catarinense prevê festividades natalinas, com público. O Estado suspendeu a exigência de máscaras em local aberto desde a semana passada.
João Pessoa cancelou a festa, mas o acesso às praias está liberado. Belo Horizonte disse não planejar festa pública de réveillon. Guarujá, que já havia cancelado a virada, decidiu ontem suspender o carnaval.
MAIS ESTADOS
A Prefeitura de São Paulo informou, em nota, que “o réveillon (na Avenida Paulista) já está sendo planejado e a realização do evento está condicionada ao quadro epidemiológico”. Afirmou ainda que, na primeira semana de dezembro, serão apresentados dados para guiar a decisão sobre o uso de máscara ao ar livre. Na semana passada, o Estado disse prever o fim da exigência no dia 11, mas as prefeituras podem ser mais restritivas.
A decisão sobre o carnaval do paulistano também continua em aberto. Ontem, a Prefeitura informou ter aprovado 440 blocos de rua, mas a confirmação do evento só deve ocorrer no fim deste mês.
No Rio, o secretário estadual da Saúde, Alexandre Chieppe, afirmou que a nova variante “em nada altera o plano do Estado”. Os planos de carnaval e réveillon, assim como o acesso de turistas, estão mantidos até que, porventura, seja identificado “algum fato novo ou informação de risco”.
Paulo Ziulkoski, presidente da Confederação Nacional dos Municípios (CNM) diz que, com ou sem Ômicron, “todos que puderem suspender aglomerações” devem adotar a medida. “Não podemos baixar a guarda”, defende. Levantamento da CNM, feito de 16 a 19 de novembro, aponta que, de 2.362 gestores ouvidos, 97,8% pretendiam continuar com a máscara obrigatória em locais privados e 88,6% disseram mantê-la em espaços públicos. (Colaboraram Bruno Luiz e Sofia Aguiar)
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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