Com desalojados e bairros isolados, BA e MG estão em alerta de ‘perigo’ de chuva
Neste sábado, 11, o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) emitiu alertas de “perigo” para áreas dos dois Estados, tanto pela chuva acumulada quanto pela que está por vir.
Segundo o órgão, há “risco de alagamentos, deslizamentos de encostas, transbordamentos de rios em cidades com tais áreas de risco” e “risco de corte de energia elétrica, queda de galhos de árvores, alagamentos e descargas elétricas”.
Em Teixeira Freitas (BA), sobrinhos de 4 e 9 anos e o tio morreram após um deslizamento na quarta-feira, 8. Em Pescador (MG), um bebê de dois anos foi soterrado após outro um deslizamento atingir a casa em que vivia, na quinta-feira.
As chuvas também causaram alagamentos e derrubaram árvores. Localidades rurais em municípios como Palmópolis e Joaíma, ambos em Minas, ficaram isoladas após o transbordamento de rios e danos em pontes. Em Medeiros Neto (BA), ao menos mil pessoas ficaram desalojadas. A situação foi mais grave no extremo sul baiano e no norte de Minas.
O governador da Bahia, Rui Costa (PT), afirmou na sexta-feira, 10, que prefeitos têm relatado dificuldades para tirar moradores de áreas de risco. “Ainda há uma resistência muito grande de parte da população em deixar suas casas. Não é fácil, mas pedimos que não esperem a situação piorar. Não permaneçam próximas aos rios porque o volume de água ainda se manterá alto até o domingo”, declarou em rede social.
O abastecimento de água e o fornecimento de energia elétrica também foram afetados em algumas localidades. Além disso, após cederem, trechos de estradas tiveram de ser desviados. Os governos estaduais têm divulgado ações com helicópteros para reduzir os danos nos locais que conseguem acessar.
Além disso, prefeituras de municípios, como Jucuruçu (MG), têm pedido o apoio da população regional com maquinário para reabrir estradas e otimizar o atendimento às famílias isoladas.
Em edição extra do Diário Oficial da União, o governo federal reconheceu a “situação de emergência” por decorrência de “tempestade” e “chuvas intensas” em 31 municípios mineiros e 17 baianos.
Em Minas, são eles: Águas Formosas, Bertópolis, Caraí, Carmo da Cachoeira, Engenheiro Caldas, Fronteira dos Vales, Ibirité, Itambacuri, Jacinto, Jampruca, Joaíma, Lagoa Formosa, Machacalis, Manhuaçu, Monte Formoso, Novo Cruzeiro, Novo Oriente de Minas, Ouro Verde de Minas, Padre Paraíso, Palmópolis, Pescador, Resplendor, Rio do Prado, Salto da Divisa, Santa Helena de Minas, Santa Maria do Salto, Santo Antônio do Amparo, Santo Antônio do Jacinto, Teófilo Otoni, Umburatiba e Virgem da Lapa.
Já os mais atingidos na Bahia são: Anagé, Camacan, Canavieiras, Guaratinga, Ibicuí, Itabela, Itacaré, Itamaraju, Itapetinga, Jiquiriçá, Jucuruçu, Marcionílio de Souza, Mascote, Medeiros Neto, Santanópolis, Teixeira de Freitas e Vereda.
O presidente Jair Bolsonaro anunciou na manhã deste sábado que a Caixa irá liberar o saque do FGTS para moradores de áreas atingidas por enchentes. A liberação dos recursos, porém, dependem de indicação prévia por parte das prefeituras por meio de decretos de estado de calamidade pública.
Ao lado dele, o presidente da Caixa, Pedro Guimarães, informou que o saque poderá ser feito em até cinco dias após a indicação das prefeituras. “O que precisa (agora) são as prefeituras indicarem os bairros – ou é toda a cidade, ou é parte. Ao fazer isso, nós pagamos em até cinco dias, utilizando agências, lotéricos, correspondentes ou aplicativo Caixa TEM”, afirmou Guimarães, que ressaltou que o saque será do valor que houver em conta, até o limite de R$ 6.220.
Em rede social, o ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho, afirmou ter feito a tentativa de ir à região atingida durante uma viagem à Bahia, mas que “voos até hoje não foram possíveis”. Ele disse que será feita uma nova tentativa no domingo.
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