Com avanço lento na reciclagem, metade das cidades ainda tem lixões
Nos últimos cinco anos, o avanço no setor foi quase nenhum, constatou o estudo, realizado pelo Sindicato Nacional de Limpeza Urbana (Selurb), com a PwC Brasil. Em 2016, por exemplo, 55% das cidades ainda utilizavam lixões a céu aberto para o descarte – o porcentual agora está em 50%.
O setor de saneamento representa 5% das emissões de gases-estufa do País, por causa dos lixões a céu aberto. A destinação ambientalmente adequada do lixo contribuiria significativamente para o País cumprir o compromisso de redução de 30% da emissão de gás metano, meta assumida pelo Brasil na Conferência do Clima (COP-26), em Glasgow.
O Índice de Sustentabilidade Urbana mede o desenvolvimento das cidades a partir da implementação da Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS). O estudo é feito a partir do cruzamento dos dados oficiais mais recentes inseridos pelos municípios no Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS).
Quatro aspectos são considerados pelo índice: proporção da população atendida; sustentabilidade financeira; proporção do material reciclável recuperado sobre total coletado e quantidade destinada incorretamente sobre a população atendida.
Coleta e reciclagem
O estudo analisou 3.572 municípios em todo o País. A cobertura da coleta porta a porta se manteve na casa dos 76%, com quase um quarto da população sem acesso ao serviço. Já a taxa de reciclagem patina em torno 3,5% nos últimos cinco anos.
A análise levou em consideração o ritmo de progresso dos últimos anos. E alerta que a cobrança pelo serviço, determinada pelo Novo Marco Legal do Saneamento, é fundamental para mudar essa situação.
A Região Sul é a que apresenta pontuação mais alta no índice de sustentabilidade, com média de 0,545, e porcentual de reciclagem de 7,2%, o melhor do País. O Sul também se destaca pelo total de municípios que já aplicam modelos de cobrança, o equivalente a 83,5%.
Em segundo lugar na pontuação do estudo, o Sudeste também apresenta a melhor taxa de coleta. Com cobertura de 85,5%, a região é a que mais se aproxima da universalização dos serviços. No entanto, para melhorar a média de 0,487 e alcançar o nível médio estabelecido pelo índice, acima de 0,600, ainda precisa avançar na destinação correta e na reciclagem dos resíduos.
A situação mais complicada é no Nordeste. Com a média mais baixa do País, de 0,351, e pior índice de reciclagem, de 0,30%, apenas 7,6% das cidades da região têm cobrança específica. E só 13,3% fazem a destinação adequada do lixo. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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