Mauro Picini – Sociedade+ Saúde – 09/08/2023

Febre Amarela, catapora, sarampo, caxumba e rubéola ressurgem depois de anos sem registros

Números relacionados à tríplice viral não ultrapassam os 76,1% para primeira dose e 62,6% para segunda dose em São Paulo

Novos casos de doenças que no passado foram erradicadas em muitos estados no país, atualmente ressurgem com novos registros e alguns deles com óbitos. No caso da febre amarela, por exemplo, depois de três anos sem casos, o Estado de São Paulo registrou duas mortes este ano. São quatro casos confirmados, segundo a Secretaria de Saúde. Em todo o Brasil, foram cinco casos e três mortes por febre amarela até agora, superando os registros de todo o ano de 2022. O estado não registrava casos desde 2020, quando houve um relato de um possível caso em Santa Catarina.
O surto acontece na região de São Carlos, no centro leste, e atinge quatro municípios, dois na divisa com Minas.O primeiro caso paulista de febre amarela deste ano aconteceu em janeiro, em Vargem Grande do Sul, na divisa com Minas Gerais. A maioria das vítimas residiam ou trabalhavam na zona rural.
De país livre do vírus a pólo de novos surtos, o sarampo voltou a preocupar as autoridades de saúde. A baixa procura pela tríplice viral, que também protege contra a caxumba e a rubéola, é evidente nos postos de saúde. Em Mato Grosso do Sul, em quase um mês de campanha contra a doença, 9,6% do público-alvo de seis meses a 5 anos de idade foram imunizados, o equivalente a 25,4 mil das 263,4 mil crianças aptas à vacinação.
Em São Paulo, a campanha de vacinação titulada de “Vacinas 100 dúvidas”, explicou que a prioridade é alcançar altos níveis de cobertura vacinal, sobretudo das doses que compõem o calendário básico. Entre elas estão os imunizantes contra poliomielite, meningite meningocócica conjugada, tríplice viral (sarampo, caxumba e rubéola), febre amarela, pentavalente (difteria, tétano, coqueluche, hepatite B e contra a bactéria haemophilus influenza tipo b), hepatite b e doenças invasivas causadas pelo hemófilo b, varicela, HPV, BCG (tuberculose) e Covid-19.
No estado de São Paulo, atualmente a cobertura vacinal das doenças citadas acima, encontra-se assim: Febre Amarela: 64%; Varicela: 76,1% e Tríplice Viral: 76,1% para primeira dose e 62,6% para segunda dose.

Conscientização – A conscientização da vacinação para estas doenças deve partir não só do governo que realiza campanhas em rádio, tv e publicidades nas ruas, escolas e universidades, mas também de toda sociedade e inclusive empresas privadas. Quanto mais os empresários comunicarem seus colaboradores, principalmente pais e mães, mais adesão terá. Mas isso não acontece na grande maioria das empresas. Muitas empresas não investem em campanhas, cartazes, palestras e também não acompanham as carteiras de vacinação dos colaboradores e dos seus dependentes. No ambiente de trabalho, estas doenças podem ter um alto impacto. Além do funcionário ficar afastado, existe o risco de transmitir a doença para outros colegas, caso ele vá até a empresa quando já estiver infectado.
Por isso, segundo Alex Araújo, CEO da 4 Life Prime Saúde Ocupacional, uma das maiores empresas de saúde ocupacional do país, as campanhas de prevenção e vacinação são de extrema importância dentro do âmbito corporativo, independente do tamanho da empresa,seja com dez, cem ou mil colaboradores, o importante é mostrar que um simples gesto pode salvar vidas. Um exemplo eficaz é a campanha de vacinação da gripe, uma das mais procuradas para ser oferecida no ambiente corporativo. “A vacinação é essencial para manter a criança saudável, pois ajuda a prevenir muitas doenças que podem prejudicar o desenvolvimento da criança, protegendo contra vírus e bactérias”, diz.
O Brasil está entre os 10 países com maior número de jovens com atraso na vacinação. Vale lembrar que a aplicação da vacina contra varicela acontece em duas doses a partir dos 12 meses de idade, podendo ser aplicada também em bebês de 9 meses sob orientação médica porém a dose deve ser reaplicada quando a criança atingir os 12 meses.
Ainda segundo o CEO, a comunicação é tudo e, em saúde, mais ainda. Toda campanha de vacinação começa muito antes da aplicação da vacina em si. É preciso entender a cultura da empresa em relação aos seus funcionários e os benefícios que eles esperam dessa estratégia. Quando isso é considerado, a aderência é alta — conclui Alex.

6 dicas de ouro para você educar melhor seus filhos

Não existe manual de instruções para a incrível missão de criar os filhos, porém, é sabido que atitudes positivas no dia a dia influenciam os pequenos a desenvolver seu próprio potencial. “A história de cada família é diferente, por isso é que não existem regras. A recomendação é seguir certas diretrizes que devem ser aplicadas, de acordo com cada realidade”, explica Filipe Colombini, psicólogo, orientador parental e fundador da Equipe AT.

Confira, a seguir, as dicas do especialista para educar melhor seus filhos:

  1. Crie uma conexão com o pequeno: passar momentos juntos e criar laços de amor e confiança é algo essencial para a relação entre pais e filhos. “Faz parte desse envolvimento conhecer seu próprio filho, saber do que ele gosta, formar seus valores e, além disso, conseguir se adaptar às mudanças da criança durante seu crescimento e desenvolvimento psicológico”, propõe o psicólogo.
  2. Seja um porto seguro: é fundamental oferecer suporte emocional para o seu filho, escutando e entendendo ele tanto em momentos ruins quanto nos considerandos bons. “Pais devem ser sempre uma fonte de validação para seus filhos, por isso, comportamentos incômodos que a criança possa emitir, nunca devem estar relacionados ao cuidado e ao amor que você tem por ela”, diz Colombini.
  3. Saiba lidar com as frustrações: nem sempre é possível fazer tudo que seu filho quer e é normal que pais e filhos, por vezes, fiquem frustrados. “Porém, essas situações surgem como uma ótima oportunidade educacional”, afirma Colombini. “Faz parte da vida ficar frustrado, por isso, a melhor forma de ensinar seu filho como lidar com esse sentimento é com acolhimento e validação nos momentos difíceis junto à família e nesse ambiente de cuidado e aprendizagem”, explica o orientador parental.
  4. Coloque regras e limites: o estabelecimento de direitos e deveres de forma consciente é muito importante na criação de um filho, afinal, saber seguir regras é uma habilidade essencial para a vida em sociedade. “Dizer não também é necessário na criação de um pequeno, principalmente caso ele quebre algum combinado firmado com a família. Isso faz com que ele entenda que sempre existem e existirão consequências para suas atitudes”, aconselha o especialista.
  5. Tenha um bom controle emocional: conseguir dominar seus próprios sentimentos e ser um bom exemplo para os pequenos mesmo em momentos de raiva ou frustração é um exercício diário que todo pai deve fazer. “A autorregulação é o que garante que pais e mães, que são modelos para seus filhos, agirão de forma racional e não reproduzirão padrões de comportamento prejudiciais para as crianças”, comenta Colombini. “É importante destacar também que os pais também erram. Lidar com esses erros também será um grande modelo para as crianças”, complementa o psicólogo.
  6. Pais devem estar unidos na criação dos filhos: relacionamentos conjugais podem acabar, mas, definitivamente, esse não pode ser um motivo para abalar a união necessária para educar bem uma criança. “Algo a ser evitado a todo custo é o ataque e contra ataque entre os pais a partir da relação com os filhos”. Essa é uma atitude que só causa danos para a saúde mental de todos e, principalmente, do seu filho”, alerta Colombini.
    Mais sobre Filipe Colombini: psicólogo, fundador e CEO da Equipe AT, empresa com foco em Acompanhamento Terapêutico (AT) e atendimento fora do consultório, que atua em São Paulo (SP) desde 2012. Especialista em orientação parental e atendimento de crianças, jovens e adultos. Especialista em Clínica Analítico-Comportamental. Mestre em Psicologia da Educação pela Pontifícia Universidade Católica (PUC-SP). Professor do Curso de Acompanhamento Terapêutico do Grupo Interdisciplinar de Estudos de Álcool e Drogas – Instituto de Psiquiatria Hospital das Clínicas (GREA-IPq-HCFMUSP). Professor e Coordenador acadêmico do Aprimoramento em AT da Equipe AT. Formação em Psicoterapia Baseada em Evidências, Acompanhamento Terapêutico, Terapia Infantil, Desenvolvimento Atípico e Abuso de Substâncias.
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