Mauro Picini Sociedade + Saúde 08/03/2023
Dia Internacional da Mulher: 7 regras para viajar sozinha pelo mundo
Lugar de mulher é onde ela quiser, com segurança e liberdade de escolher o destino
Viajar sozinha pode parecer um desafio para algumas mulheres, mas com estas dicas de segurança é possível rodar o mundo com confiança. Jornalista de viagens há 23 anos e influenciadora no @ladobviagem, Andrea Miramontes já passou por muitos destinos sozinha, aprendeu com perrengues e conta como se garantir.
Vamos a sete dicas práticas, além da regra absoluta: sempre estudar muito bem o destino antes de embarcar.
1 – Compartilhe sua localização, números de voo, ou de trem/ônibus, e local de hospedagem com alguém de confiança, durante toda a viagem.
2 – Mantenha estes dois cuidados simples: um bloco de anotação com contato de emergência, do seguro viagem e endereço da hospedagem na bolsa de mão, além de uma pasta com todas as reservas impressas dentro da mala, no hotel. Não deixe tudo só no celular.
“Aprendi no perrengue. Há 10 anos, perdi meu celular em um trem na Europa. Não o recuperei e sofri muito, pois tinha todas as reservas e contatos só no mundo digital. Foi um sufoco, até porque meu email travou, e eu não conseguia acessar do hotel onde estava.”
3 – Mantenha uma reserva de dinheiro ou um cartão desbloqueado também na mala com cadeado, no hotel.
“Já viajei para o exterior com um único cartão de crédito, que perdi na rua. Tive que gastar um dia todo atrás da administradora do cartão, para que fizesse um de emergência, no destino. Hoje, sempre me previno”.
4 – Não dispense pacote ou chip de internet nem seguro viagem quando for a outro país. “São gastos necessários. Não dependa só do wifi do hotel, pois ter conexão faz toda diferença quando estiver na rua, precisar falar com alguém ou achar um ponto de interesse. Já o seguro viagem te ajudará em qualquer problema de saúde ou acidente. E acredite, eles acontecem.”
5 – Para quem quer socializar, ficar em hostel é uma ótima opção, além de ser econômico. “Hostel tem um ambiente propício para amizades. O aluguel de casas para temporada pode ser excelente quando o dono mora perto, ou no próprio local, e é uma pessoa que passa dicas locais, inclusive, de segurança”.
6 – Programe-se para chegar e sair dos destinos durante o dia. “Isso vale especialmente se é um local novo para você e se, como eu, gosta de descobrir transportes públicos, como trens e ônibus, até a hospedagem”.
7 – Saiba seu limite alcoólico e tenha todos os cuidados básicos com app de relacionamento, caso os use.
“Quando estamos sozinhas, temos que ter discernimento para voltarmos com segurança e lucidez à hospedagem. Para isso, esqueça a bebedeira. Também não aceite bebida de estranhos e tenha muito cuidado com os novos amigos (as). As regras básicas de encontrar-se em local público e desconfiar sempre são de ouro, em qualquer lugar do mundo”.
A jornalista premiada Andrea Miramontes (@andreamiramontes.real), é influenciadora do @ladobviagem com 45k seguidores, protetora de animais com o projeto Patas ao Alto (@patasaoalto), criado em 2007, além de ser bacharel em Direito e já ter atuado como advogada.
Uso excessivo do celular: reflexos vão de problemas psicológicos, neurológicos, de coluna e até intestinais
“Tudo na palma da mão”. Muitos brasileiros aumentaram o tempo de uso de celulares na pandemia da covid-19 e a necessidade de distanciamento social levou a novas formas de relacionamento e de consumo. Uma pesquisa de saúde pública da Faculdade de Medicina da Universidade de Minas Gerais e publicada no periódico American Journal of Health Promotion indicou que o tempo gasto em lazer no celular, computador ou tablet passou de 1,7 hora para 2,2 horas por dia. A mesma pesquisa mostra que adultos ficam, no mínimo, três horas no celular diariamente e esse tempo excessivo pode acarretar problemas que se refletem no corpo todo.
A psicóloga do Hospital Universitário Cajuru, Aline Oliveira, destaca que a comodidade relacionada a ter “tudo na palma da mão” pode ser maléfica principalmente para o público mais jovem que tem nessas respostas rápidas uma espécie de gatilho, já que existe uma tendência de esperar que no mundo real as respostas sejam tão imediatas quanto no digital. “Temos que ter em mente que não é assim que o mundo real funciona, nem sempre as respostas são imediatas e muito menos elas vêm da maneira como vislumbramos. Por isso as interações sociais, convívio, são fundamentais”.
Já a neurologista do Hospital Marcelino Champagnat, Patrícia Coral, complementa que essa expectativa e o contato prolongado com o celular podem gerar transtornos de ansiedade, depressão, dificuldade de concentração e insônia. “Além de problemas relacionados ao sono, pelo atraso na produção da melatonina causada pela luminosidade do aparelho, o que nos preocupa são as redes sociais que podem trazer problemas maiores já que a impressão que temos é que a vida dos outros é sempre melhor que a nossa, porque as pessoas só postam o que é bom, são festas, prêmios”, explica. “A moderação deve ser a palavra-chave nesse ponto. Inclusive há aplicativos com jogos que ajudam a exercitar o cérebro e podem ser benéficos. A tecnologia está aí para nos ajudar e devemos tirar o melhor proveito dela”, complementa a neurologista.
Impacto na postura – As horas passadas de olho na tela podem, em um futuro não muito distante, alterar também nossa postura de forma definitiva. O ortopedista especialista em coluna do Hospital Marcelino Champagnat, Antonio Krieger, explica que a posição do pescoço no momento em que ficamos com o smartphone na mão ou até mesmo no notebook pode causar dores crônicas. “Uma cabeça média pesa 6 kg quando na posição normal e alinhada à coluna. Mas, ao inclinar a cabeça em 15 graus, esse peso dobra e, dependendo da postura da pessoa, ela pode fazer uma sobrecarga de 30 kg. Quem não faz nenhum trabalho para fortalecer essa musculatura, a médio e longo prazo, vai desenvolver artrose de coluna ou calcificação”, afirma.
Segundo o especialista, a dica para evitar esses problemas é manter as telas na linha do horizonte, regular a postura do corpo durante a utilização desses aparelhos e praticar atividade física regularmente. “O exercício físico é nosso maior aliado. Assim conseguimos manter a saúde do corpo e da coluna, pois com ele fortalecemos a musculatura e o alongamento e isso ajuda a prevenir dores e o desgaste precoce”, frisa Krieger.
Problemas que vão além – E esse uso excessivo pode mexer com outras partes do corpo. O proctologista do Hospital Marcelino Champagnat, Paulo Kotze, alerta sobre os riscos para quem só consegue ir ao banheiro com a companhia do celular. “Uso de celulares, tablets ou até mesmo jornais, faz com que as pessoas fiquem mais tempo sentadas na posição de evacuação e isso é prejudicial. Sentar longamente no vaso pode causar doenças como hemorróidas, fissuras anais e espasmos musculares”, alerta Kotze.