Mauro Picini – Sociedade + Saúde – 02/08/2023

Conheça as diferenças entre Endometriose e a Síndrome do Ovário Policístico

As duas doenças são muito comuns e atingem MUITAS mulheres em nosso país

A endometriose e a Síndrome do Ovário Policístico são dois problemas ginecológicos que frequentemente afetam a saúde da mulher no Brasil. Embora compartilhem alguns sintomas semelhantes, essas condições têm causas e características distintas. É essencial compreender as diferenças entre as duas doenças para um diagnóstico preciso e um tratamento adequado.

Endometriose – Se desenvolve lentamente e pode afetar de maneira drástica a fertilidade e qualidade de vida da mulher e, de acordo com a Associação Brasileira de Endometriose, a doença acomete em média entre 10 e 15% das brasileiras em idade fértil, ou seja, 7 milhões de mulheres.
Seu diagnóstico costuma ser feito entre os 25 e 35 anos, porém, muitas adolescentes apresentam os sintomas nas primeiras menstruações, mas acabam sendo minimizados como algo normal. “A doença se caracteriza pela presença de tecido do endométrio, camada que reveste o útero e é responsável pelo sangramento durante a menstruação, para fora da cavidade uterina, podendo atingir o intestino e outros órgãos pélvicos, causando fortes dores abdominais”, explica o Dr. Marcos Tcherniakovsky, ginecologista e diretor de comunicação da Sociedade Brasileira de Endometriose (SBE).
Síndrome dos Ovários Policísticos (SOP)
Esta doença se caracteriza pela presença de pequenos cistos nos ovários, associados a um desequilíbrio do ciclo ovulatório e dos hormônios femininos. Na SOP, os folículos ovarianos não amadurecem adequadamente, formando pequenos cistos nos ovários. Esses cistos podem causar desequilíbrios hormonais, levando a sintomas como menstruação irregular, aumento dos níveis de testosterona, acne, aumento de pelos corporais e dificuldade para engravidar.
Embora a causa exata da SOP ainda não seja totalmente compreendida, acredita-se que fatores genéticos, resistência à insulina e desequilíbrios hormonais desempenham um papel importante. “O diagnóstico da SOP geralmente envolve a análise dos sintomas, exames de sangue para verificar os níveis hormonais e ultrassonografia para detectar a presença de cistos nos ovários”, comenta Tcherniakovsky.

Diferenças entre Endometriose e SOP – Embora tanto a endometriose quanto a SOP afetem a saúde feminina e possam causar sintomas semelhantes, existem diferenças importantes entre as duas condições. Confira quais são a seguir.
• Localização dos sintomas: na endometriose, os sintomas geralmente estão relacionados à dor pélvica, enquanto na SOP, eles estão mais ligados a desequilíbrios hormonais e irregularidades menstruais.
• Causa: a endometriose está relacionada à presença de tecido endometrial fora do útero, enquanto a SOP é causada por desequilíbrios hormonais e disfunção ovariana.
• Localização dos crescimentos: na endometriose, os crescimentos ocorrem fora do útero, afetando os órgãos pélvicos próximos, como ovários e trompas de Falópio. Já na SOP, os cistos se formam nos próprios ovários.
• Diagnóstico: o diagnóstico da endometriose geralmente envolve uma combinação de exame clínico, ultrassonografia e laparoscopia, enquanto o diagnóstico da SOP é baseado na análise dos sintomas, exames de sangue e ultrassonografia.
A endometriose e a síndrome dos ovários policísticos são duas condições ginecológicas distintas, embora possam compartilhar de algumas situações em comum. A mais importante, talvez seja que ambas são estimuladas por uma ação maior do estrogênio (hormônio feminino). “É essencial que as mulheres busquem orientação médica adequada caso apresentem sintomas como dor pélvica, menstruação irregular ou dificuldade para engravidar. Um diagnóstico preciso e um tratamento adequado podem ajudar a melhorar a qualidade de vida e preservar a saúde reprodutiva”, finaliza o Dr. Marcos Tcherniakovsky.

Saiba mais
Dr. Marcos Tcherniakovsky – Ginecologista e Obstetra – Especialista em Endometriose e Vídeoendoscopia Ginecológica (Histeroscopia e Laparoscopia). Atualmente é Médico Responsável pelo Setor de Vídeo-Endoscopia Ginecológica e Endometriose da Faculdade de Medicina da Fundação do ABC. É Médico Responsável na Clínica Ginelife. Especialista em Ginecologia e Obstetrícia pela FEBRASGO e Diretor de Comunicação da Sociedade Brasileira de Endometriose. Membro da Comissão Nacional de Especialidades em Endometriose pela Federação Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO) Instagram: @dr.marcostcher

Recomeçar: projeto da Prati-Donaduzzi ajuda na ressocialização de detentos

Mais de 23 mil atendimentos foram realizados em 13 anos do projeto, auxiliando na reinserção no mercado de trabalho e resgate da autoestima

“Esperança”. É assim que C.A, 40 anos, descreve o Projeto Recomeçar, do qual participou quando estava presa na Cadeia Pública de Toledo, na região Oeste do Paraná, cumprindo pena de seis anos por ter sido acusada de mandante de homicídio. “Eu tinha 32 anos, dois filhos – um de seis e outro de nove anos – e me envolvi com a pessoa errada. Fiquei em choque quando fui presa. Mas depois de um tempo, comecei a perceber que minha prisão foi um livramento, pois algo muito pior poderia ter acontecido comigo, me afundando ainda mais nesse mundo”, conta C.A.
Após pouco mais de um mês atrás das grades, C.A conheceu o grupo que faz parte do Projeto Recomeçar, desenvolvido pela Responsabilidade Social da indústria farmacêutica Prati-Donaduzzi, o qual oferece oficinas de música, atividades esportivas e artísticas, palestras com dicas de saúde e orientações sobre o mercado de trabalho para os detentos do Departamento Penitenciário de Toledo (Depen) e do Fórum da cidade. “Percebi que precisava me aproximar dessas pessoas. Mas levei mais de um ano para entrar com uma mentalidade mais saudável, de querer viver, recomeçar. Eles acenderam em mim a chama do propósito, plantaram a esperança de que eu conseguiria vencer os obstáculos, passar por ali e sair melhor”, destaca.
Quando conquistou novamente a liberdade, C.A recuperou a guarda dos filhos, que estavam com os avós, e conseguiu voltar ao mercado de trabalho, atuando hoje no atendimento ao público. “Tenho orgulho da minha história, de como consegui reconstruir minha vida. Na cadeia, aprendi a lidar com diferentes pessoas, algumas mais explosivas, outras mais quietas, e uso esse conhecimento para o meu trabalho atual”, explica a ex-detenta.

Oficinas e reinserção – Criado em 2010, o Projeto Recomeçar iniciou atendendo 80 mulheres. Em 13 anos, foram realizados mais de 23 mil atendimentos a pessoas privadas de liberdade de ambos os sexos em Toledo. As oficinas abordam temas relacionados a competências comportamentais, informações sobre saúde e qualidade de vida. “O projeto nasceu com o objetivo de reinserção no mercado de trabalho e ressocialização na comunidade. O ambiente prisional é um lugar de muita tensão e a saúde mental fica abalada, por isso focamos em levar qualidade de vida para dentro do sistema prisional”, explica a supervisora de Responsabilidade Social da Prati-Donaduzzi, Maria Rita Pozzebon.
Além das oficinas realizadas às quartas-feiras, a farmacêutica também dá oportunidades de trabalho aos privados de liberdade por meio do Projeto Colmeia. Atualmente, sete detentos trabalham seis horas por dia fazendo as embalagens usadas para o transporte de medicamentos. Em troca, eles recebem benefícios como redução da pena prevista na Lei de Execução Penal (três dias trabalhados significam um dia a menos de pena), além do pagamento do pecúlio. O valor é inferior ao salário mínimo, com uma parte depositada para a família do detento e a outra fica com o Depen para ser entregue assim que o alvará de soltura for emitido.
“É um projeto muito completo, porque ajuda as pessoas privadas de liberdade a descobrirem suas potencialidades e qualidades. O preso chega desacreditado e ali ele tem a oportunidade de resgatar sua vida, de ter uma nova chance”, conclui a assistente social do Conselho da Comunidade da Comarca de Toledo, Maria Soares.

Sobre a Prati-Donaduzzi – A Prati-Donaduzzi, indústria farmacêutica 100% nacional, é especializada no desenvolvimento e produção de medicamentos. Com sede em Toledo, Oeste do Paraná, produz aproximadamente 13 bilhões de doses terapêuticas por ano e gera mais de 5 mil empregos. A indústria possui um dos maiores portfólios de medicamentos genéricos do Brasil e desde 2019 vem atuando na área de Prescrição Médica, sendo a primeira farmacêutica a produzir e comercializar o Canabidiol no Brasil.

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