Mauro Picini Sociedade e Saúde 06/04/2022

AUTISMO – Quando As Comorbidades São Os Reais Desafios a Serem Enfrentados

Quem nunca se perguntou: Qual O Medicamento Para Tratar Autismo? Talvez a pergunta não seja a pergunta correta, porque não há descrito na literatura nenhum medicamento para tratar o autismo. Mas então, por que muitas crianças dentro do espectro, usam medicamentos? Isso é o que o Dr. Macone Oliveira, Neuropediatra infantil, vai nos explicar : Bem, isso é porque pessoas com autismo tem chance maior de apresentar outros transtornos que precisam ser tratados. A estes transtornos,chamamos de comorbidades e aí sim, vem a pergunta correta: Dr, então quais as comorbidades das crianças com autismo que podem ser tratadas com medicamento?
E eu diria que sem dúvidas o Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH), Transtorno Opositor Desafiador (TOD), Epilepsia, entre outros, só para citar alguns – explica o Neurologista infantil, Dr. Marcone Oliveira
Dr. Marcone explica que até 70% dos autistas podem apresentar alguma comorbidade. De uma forma geral, o termo comorbidade refere-se a chance de uma pessoa ter um segundo transtorno, quando já apresenta um outro transtorno de base.
Existem várias comorbidades que os médicos e terapeutas, que atendem estes pacientes, precisam ficar atentos. Muitos destes podem ser tratados com objetivo de melhorar o desenvolvimento e a qualidade de vida dos autistas.
A primeira comorbidade que devemos ficar atentos – continua o Dr. Marcone – é o Transtorno do Desenvolvimento Intelectual, este acomete até 45% dos autistas e tem se observado diminuição destes números, talvez pela utilização de novas metodologias de avaliação ou pela ampliação do diagnóstico de autismo leve em que este tem uma boa eficiência intelectual. Cabe ressaltar aqui a importância do diagnóstico e da avaliação genética nos casos de autismo e deficiência intelectual.


Outro transtorno muito importante é o TDAH – Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade, que pode ser encontrado em até 40% das crianças com autismo, sendo que até 2013, o DSM IV – Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais, determinava que os dois transtornos não podiam ocorrer simultaneamente, mas a partir de 2013 com o DSM 5, passou a ser permitido os dois diagnósticos no paciente.
O grande problema era que os dois transtornos apresentam vários sinais e sintomas que se sobrepõem, incluindo alterações comportamentais, de linguagem e dificuldades sociais. Neste caso, faz-se necessário uma observação cautelosa.
Um transtorno que acomete até 20% das crianças com autismo é a Epilepsia, e este diagnostico nem sempre é fácil, pois estes pacientes podem apresentar comportamentos estereotipados e paradas comportamentais que confundem com alguns tipos de crise.
Dr. Marcone também ressalta o TOD Transtorno Opositor Desafiador -como uma outra comorbidade de difícil diagnostico. -Recomendamos uma postura conservadora quando estamos diante de uma criança com autismo em que aparecem comportamentos como a desobediência, os desafios e os comportamentos opositores, pois estes sintomas podem ser parte de um construto que se inclui no TEA.
Devemos também nos lembrar dos distúrbios do sono, ansiedade, depressão, TOC – Transtorno Obsessivo Compulsivo, Transtorno do Movimento Estereotipado e das dificuldades alimentares.
Para finalizar, o Dr Marcone, ressalta que as comorbidades são mais regra do que exceções e muitas vezes não são identificadas e adequadamente tratadas, por isso a importância de discutir essas possibilidades com seu médico de confiança.
Dr. Marcone Oliveira é Médico Pediatra, com especialização em Neurologia Infantil pela Universidade Federal do Paraná – UFPR. Possui também Graduação em Farmácia pela Universidade Vale do Rio Doce; é Mestre em Ciências Fonoaudiológicas pela UFMG e é Membro do Departamento Científico de Neuropediatria da Sociedade Brasileira de Pediatria.
Atualmente é Diretor Clínico da Clínica Proevoluir – Médico Neuropediatra.
É Pai do Augusto e da Olga.
Site: https://drmarcone.com.brhttps://drmarcone.com.br
Instagram: @doutormarcone
Youtube: https://www.youtube.com/c/DrMarconeOliveiraNeuropediatra

Medicina Integrativa é fundamental para Síndrome Pós-Covid

Foto: Heloise Portes / Divulgação

O ano de 2022 começou a todo o vapor. A vida vem voltando a rotina, máscaras vêm sendo liberadas em alguns estados, ciclo vacinal completo aos poucos vem avançando em algumas cidades. Mesmo assim, tivemos um número grande de pessoas que foram infectadas pelo novo coronavírus, e independentemente do quadro clínico apresentado, leve ou grave, todos podem desenvolver a Síndrome Pós-Covid. Mais de 20 milhões de Brasileiros foram acometidos pelo vírus e pesquisas apontam que 8 em cada 10 brasileiros sentem algum sintoma residual após o término da infecção.
Segundo Heloize Portes, médica atuante na linha de frente desde o início da pandemia, especialista em Clínica Médica e Medicina Integrativa, o vírus covid-19 libera inúmeras citocinas inflamatórias em nosso organismo sendo uma doença inflamatória multissistêmica que afeta vários órgãos. As sequelas decorrentes atingem grande parte dos pacientes e podem persistir por meses após a infecção. A síndrome pós-covid-19 é caracterizada por persistência de algum sintoma após 12 semanas (3 meses do quadro inicial) e pode ser responsável por mais de 50 sintomas em nosso organismo. Os sintomas mais encontrados são fadiga, alterações de humor como ansiedade, perda de memória, queda de cabelo, alterações no sono ou dores pelo corpo.
“Temos estudos indicando que até 80% dos acometidos sentem ao menos um sintoma residual depois do fim da infecção”, alerta. A médica ressalta que os cuidados não podem ser deixados de lado após o término da infecção. Os sintomas residuais após a doença, e principalmente suas sequelas a longo prazo, ainda estão sendo amplamente estudadas e experienciadas na prática clínica de alguns médicos que trabalham com a síndrome pós-covid. Por isso, é necessário ter uma atenção especial ao paciente recuperado”, reforça.
“É importante que, mesmo agora com o relaxamento nas medidas protetivas e o retorno à normalidade, que as pessoas busquem um atendimento médico integrativo após ter completado o ciclo de isolamento quando positivado pela Covid, pois mesmo após o paciente ser considerado curado, é possível que a síndrome ocorra devido a alterações deixadas no corpo pelo vírus”, alerta Heloize.
Para o tratamento da Síndrome Pós-Covid, após o diagnóstico, Heloize indica um acompanhamento pela medicina Integrativa, pois a abordagem vai muito além do tratamento de uma doença em si, é uma abordagem centrada no indivíduo, buscando ações que promovem qualidade de vida, longevidade saudável e prevenção. Cuidar do corpo, mente e emoções através de uma abordagem integrativa é fundamental nessa jornada pós pandemia. A realização de exames de forma personalizada, mais completos do que aqueles realizados pela medicina tradicional, para avaliar o organismo de forma integral é fundamental. Avaliar vitaminas, minerais, hormônios e marcadores inflamatórios é de extrema importância. Muitos nutrientes são amplamente depletados com a infecção pelo covid-19 causando uma desregulação metabólica e hormonal. Um organismo inflamado deixa de produzir vitaminas, minerais, hormônios, formando uma cascata de alterações levando a alterações de humor, queda de cabelo, ansiedade, perda de libido, fadiga, etc. “E para se ter qualidade de vida, precisamos repor os nutrientes perdidos junto com a mudança no estilo de vida – ter um sono reparador, se alimentar de forma adequada, manejar o estresse do dia a dia e realizar exercício físico”, finaliza.
Para consultas na Medicina Integrativa, a médica atende presencialmente em Curitiba e por telemedicina (online) pacientes de outros estados brasileiros e fora do País. O agendamento pode ser realizado pelo site www.draheloizeportes.com.br ou pelo link através do instagram @draheloizeportes.

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