Uma campanha de impacto

E se fosse a sua mãe?

A pergunta acima é o slogan da mais impactante campanha publicitária criada pela Prefeitura de Toledo no enfrentamento à pandemia do novo coronavírus (Covid-19), que a cada novo dia traz dados estarrecedores e preocupantes, com as mortes aumentando na mesma proporção do número de novos casos, que insiste em se manter num patamar muito acima do aceitável. A cena de uma mulher coberta como estivesse morta no Instituto Médico Legal assusta. E parabéns a quem elaborou a campanha, afinal, se até agora, passados seis meses desde o início deste tempo maluco pelo qual toda sociedade está passando, ainda há quem não acredite na letalidade da Covid-19, quem sabe com cenas assim seja possível mudar essa cultura irresponsável verificada de uns tempos para cá numa esmagadora maioria da população toledana.

Poderia ter sido abordado o tema de outra forma? Sim, sem dúvida. Haveria inúmeras maneiras de fazer uma campanha de conscientização, entretanto, se em todo este tempo ainda há quem acredite que essa é uma doença inofensiva, que tudo não passa de criação dos chineses para ganhar dinheiro, entre tantas outras bobagens ditas sem o menor constrangimento, assim como usar máscara é uma besteira, é preciso então causar impacto e, neste sentido, a ação da Prefeitura de Toledo causou o impacto desejado.

Exceção a quem quer utilizar de um assunto tão grave como bandeira eleitoral ou ferramenta de campanha, quem tem um mínimo de bom senso conseguiu compreender a mensagem repassada por uma imagem tão forte, tão impactante. O apelo sentimental à figura materna foi estratégico, afinal, quem passou pelo stress causado pela Covid-19 sabe bem o que é ter um parente próximo ou a si mesmo na linha de mira da morte, afinal, esta é uma doença que mata sim, especialmente pessoas idosas ou então com outras doenças, como aconteceu esta semana com Odacir Fiorentin, que ocupou inúmeros cargos públicos no âmbito regional e estadual, além de ter sido candidato a prefeito pelo antigo PPS na eleição municipal passada.

Mais uma morte e a pergunta é muito válida: E se fosse a sua mãe?

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