Um oceano de barbaridades

 

A Polícia Militar do Paraná também enviou na terça-feira (7) 32 policiais, oito viaturas, uma embarcação e um helicóptero para ajudar no policiamento ostensivo no Rio Grande do Sul. As equipes estão ajudando a combater crimes como saques, furtos e roubos em algumas das cidades mais afetadas pelas fortes chuvas que atingiram cidades gaúchas nos últimos dias.

Os policiais paranaenses fazem parte do Comando de Missões Especiais da PM, vindos de diferentes batalhões da corporação, como Batalhão de Polícia Militar de Fronteira (BPFron), Batalhão de Polícia Rondas Ostensivas de Natureza Especial (RONE) e Batalhão de Polícia de Choque.

Esse mesmo apoio está sendo encaminhado de outros estados, o que, de certa forma, deixa todos perplexos, afinal, diante de uma catástrofe desse tamanho que afeta o Rio Grande do Sul, ainda há muita gente ruim. Gente que além de não permitir o resgate de outras pessoas, ainda saqueia, assalta, rouba, destrói não apenas o patrimônio público, mas o de pessoas que perderam tudo que possuíam na vida de material. Isso sem mencionar o impacto psicológico que essa tragédia fará reverberar por muito tempo nas mentes e corações de milhares de pessoas, hoje desabrigadas e desamparadas.

Chega a ser quase inacreditável pensar em pessoas no meio de um verdadeiro mar no qual se transformaram centenas de municípios gaúchos com armas em punho atirando contra barcos carregados de esperança e amor ao próximo. Chega a ser impensável bandidos atacando comboios de solidariedade ou então estuprando jovens em abrigos. Mas esses e outros relatos estão acontecendo diariamente e em proporções cada vez maiores, demonstrando não apenas a fraqueza do Estado – em todas as suas esferas – mas a própria decadência da sociedade brasileira.

Uma sociedade capaz de dar tantas lições de bondade, com donativos sendo arrecadados em todos os cantos do país pare ajudar aos gaúchos; ao mesmo tempo uma sociedade capaz de dar tantas lições de maldade, com os mesmos donativos sendo roubados em ações inimagináveis para a tragédia que se abateu sobre aquele pedaço de chão, hoje transformado em um oceano de barbaridades.

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