Transição significa passagem. Pode ser a passagem de um lugar, de um estado de coisas, de uma condição a outra. Também pode representar a passagem do velho para o novo. É um processo psicológico, pelo qual pessoas tem que passar para poder lidar com as circunstâncias que mudaram. Uma reorganização existe, portanto, de mudanças visíveis no mundo externo e inúmeros processos de transição nos colaboradores envolvidos.
Na Bíblia a palavra transição significa um lugar [tempo, situação, posição, circunstância] desconfortável, não familiar, turbulento às vezes, entre nosso presente e o futuro que Deus tem para nós.
Talvez por todo esse contexto é que o prefeito Beto Lunitti esteja tendo alguma dificuldade para compreender que a transição não ocorre no tempo que ele deseja, mas sim dentro do tempo que todos os envolvidos precisam para se adaptarem às mudanças. Evidente que, em se tratando de uma transição na gestão pública de Toledo, esse ritmo seja ainda mais discrepante entre aquilo que o prefeito deseje e o que efetivamente irá acontecer.
Desde o início Lunitti tem insistido em ditar o ritmo, como fosse ele o vencedor de uma eleição apertada, mas que acabou. E é isso que o atual prefeito – e sua trupe de seguidores – precisa compreender o quanto antes para o bem não do prefeito eleito Mario Costenaro, mas da gestão pública e do próprio município como um todo, afinal, quanto menos traumática for a passagem do bastão, melhor será o ritmo dessa nova condição que se aproxima a partir de janeiro de 2025.
Fosse o contrário, certamente Beto Lunitti gostaria de ditar o ritmo, aliás, como aconteceu quando ele foi o vitorioso nas urnas e recebeu o bastão de Lucio De Marchi e sua equipe à época.
A confusão criada pela atual gestão para tentar criar um clima onde não existe neste processo de transição é apenas mais uma prova do comportamento ditatorial adotado por vários dos integrantes desta gestão ao longo dos últimos quatro anos. A derrota nas urnas parece ainda não ter sido digerida ou compreendidos os fatos que levaram ao resultado final. Uma pena, afinal, é nas horas mais escuras que o ser humano demonstra sua grandeza e retidão de caráter.