Pressa na transição

Esta semana houve a primeira reunião para a transição na Prefeitura de Toledo entre o governo do atual prefeito Beto Lunitti e o eleito Mario Costenaro. Embora a reunião tenha sido agendada para discutir questões relacionadas à Educação, a sala de reuniões estava lotada, em especial de pessoas ligadas ao atual prefeito que claramente tem pressa no processo de transição, como fosse algo tão simples em ser feito.

Aliás, a pressa na transição foi um dos grandes pecados cometidos por Lucio De Marchi quando venceu a eleição do mesmo Beto Lunitti e não teve o cuidado em analisar com cautela determinados pontos que, mais tarde, pesaram de maneira muito intensa na condução de atos de sua gestão. Aparentemente Costenaro parece não querer repetir os erros de seu vice e tem pregado em todas as entrevistas a cautela que lhe é peculiar. No que está corretíssimo, até porque uma transição é sempre momento delicado, ainda mais após uma disputa tão acirrada como foi essa.

A pressa na transição até se explica, porém, deve acontecer de acordo com o ritmo de quem vai entrar em terreno desconhecido. Para quem tem memória curta, as milhares – e aqui não é exagero – de horas extras deixadas na primeira passagem de Beto Lunitti na Prefeitura de Toledo ou o atraso no avanço dos servidores foi aparecendo bem mais tarde, quando a transição já havia terminado. O resultado foi aquele que todos já sabem: Beto venceu muito em função das dificuldades enfrentadas por Lucio, mas deixadas por seu antecessor.

Transição é um processo técnico, que precisa ser encarado de maneira técnica e responsável. Precisa ser levada adiante por pessoas de extrema confiança de quem venceu a eleição e não necessariamente por quem futuramente poderão estar dentro da administração. Aliás, o ideal mesmo seria que esse levantamento fosse feito por quem não precisa de cargos, pois aí sim haveria um levantamento mais isento. Quem sabe até mesmo uma auditoria para não haver quaisquer dúvidas no futuro.

Quem tem pressa muitas vezes come cru ou mal assado. Neste caso, Costenaro parece não ter pressa porque quando sentar-se para o banquete, quer ter a plena certeza de encontrar a mesa posta de acordo com aquilo que se espera de uma prefeitura da grandeza de Toledo.

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