Num estado tão autofágico quanto o Paraná, foi de emocionar a apresentação da Orquestra Sinfônica do Paraná no Teatro Municipal de Toledo, que ficou lotado na noite da última sexta-feira (7). Um espetáculo que enche de orgulho quem ama essa terra abençoada cuja origem tem raiz na língua guarani e que significa rio semelhante ao mar. Pará (mar) + Anã (parecido, semelhante).
Sim, esse estado é um verdadeiro rio que se assemelha ao mar diante de sua grandeza, traduzida em mãos, bocas, sopros e movimentos orquestrados.
Sob a regência do maestro convidado Alexandre Brasolim, o concerto apresentado em Toledo faz parte do projeto “Teatro Guaíra para Todos” e foi promovido pelo Governo do Estado do Paraná, por meio da Secretaria de Estado da Comunicação Social e da Cultura, pela PalcoParaná, pelo Centro Cultural Teatro Guaíra e pela Prefeitura de Toledo, por meio da Secretaria da Cultura.
Sim, o espetáculo era gratuito, entretanto mesmo assim foi de arrepiar ver um teatro lotado para as pessoas apreciarem a música clássica. E quem lá esteve não se decepcionou, pois foi possível observar um concerto de altíssimo nível, mostrando toda qualidade da Orquestra Sinfônica que já levou o nome do Paraná a tantos outros lugares: dentro e fora do Brasil.
Quem sabe com o exemplo da Orquestra Sinfônica do Paraná não seja possível aos paranaenses aprenderem, de vez, que é preciso trabalhar em conjunto e perceber a sua vez de brilhar. Ah, sim, porque a música ensina muita coisa para quem quer aprender.
Em determinados momentos é preciso agir em uníssono, porém, em outros, as cordas brilham e o violino mestre dá o tom; em outros a força da percussão domina ou então o sopro suave de clarinetes, flautas e outros instrumentos dão o tom. Quando tocam juntos, é possível perceber o papel de cada um para que o conjunto prevaleça.
Mas para isso acontecer é preciso o pulso firme do maestro. E quando ele se mexe, todos seguem na mesma cadência para o som sair perfeito. No Paraná, infelizmente, nem sempre todos deixam o maestro da vez fazer o seu papel, até porque muitos acreditam ter o potencial para ser o maestro. Quem sabe o exemplo da orquestra paranaense, que enche de orgulho toda uma terra, não possa transbordar tal qual o rio que dá nome ao estado e começar a dar maior volume ao mar paranaense.
