O prazer de ler

Antes da pandemia, a Biblioteca Central em Toledo realizava, em média, entre 1.000 a 1.200 atendimentos/mês. Depois da retomada do atendimento o número de frequentadores despencou para cerca de ¼ deste número. Agora, aos poucos, as pessoas estão redescobrindo o prazer de ler algo físico, palpável, com ‘cheiro’ de literatura. Embora o número de frequentadores ainda não seja o mesmo de outros tempos, ainda assim é algo a ser comemorado porque demonstra o quanto as pessoas ainda se importam em buscar informação ou apenas um passatempo culturalmente nos bons e velhos livros.

Independente do estilo, da época, se é ou não um best-seller ou um dos clássicos, o importante é ler. A leitura aperfeiçoa a fala, molda a mente e ajuda a criar um pensamento mais crítico e ao mesmo tempo mais produtivo sob a ótica da criatividade. Isso porque quando se lê a mente voa, atravessa mundos, flutua naquele limbo onde a imaginação domina e permite, ao menos por alguns instantes, fazer o que se deseja ou se transformar em quem ou no que quiser.

Ler é um exercício de paciência. Ler ajuda a fortalecer o cérebro e suas complexas engrenagens. Não que quando se está na frente de um computador ou celular não se leia. É claro que sim, afinal, os e-books aí estão para comprovar essa nova realidade, assim como também os infindáveis sites que diariamente inundam nosso cotidiano com uma enxurrada de informações. Algumas nem sempre confiáveis ou verídicas. Mas quando se lê no papel, num livro com anos de história, com décadas de consolidação, as reações dentro de nossas cabeças são completamente distintas e somente o mágico mundo de uma biblioteca para permitir esse processo de transformação.

Uma biblioteca é uma espécie de santuário sendo os livros os caminhos para a meditação e, de certa forma, para a energia da alma. Ao ler é possível sonhar, criar, imitar, enfim, voar no mundo livre da imaginação ou então se transportar para épocas distantes – estejam elas no passado ou no futuro. É possível ‘pensar fora da caixa’ e, nesse vai e vem, descobrir que, por mais tecnologia que possa existir, o humano segue sendo um ser movido pelo sentimento e pelo prazer que isso nos traz.

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