O impacto da Cesta Básica
Em setembro de 2024, Toledo experimentou um aumento expressivo de 4,46% no custo da cesta básica, interrompendo uma sequência de dois meses consecutivos de queda. Esse aumento se soma a uma variação anual de 9,48%, um dado que acende um alerta sobre o impacto crescente nos preços dos alimentos no cotidiano da população, especialmente para as camadas mais vulneráveis da sociedade.
Este fenômeno, no entanto, não é exclusivo de Toledo, mas segue a tendência observada em diversas localidades do Brasil, refletindo um cenário econômico desafiador que exige reflexão e ações políticas urgentes.
O estudo realizado pelo Núcleo de Desenvolvimento Regional (NDR) da Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste), em parceria com a Prefeitura de Toledo, mostra que, em setembro de 2024, o custo da cesta básica na cidade alcançou R$ 615,22, o que representa um aumento de 9,48% em relação ao mesmo mês do ano anterior, quando o valor era de R$ 561,92. O estudo também aponta uma elevação de 1,10% no custo acumulado entre janeiro e setembro de 2024, refletindo uma trajetória persistente de alta.
Essas flutuações no custo dos alimentos são resultado de uma combinação de fatores, como a sazonalidade da produção agrícola, mudanças climáticas, a instabilidade econômica global e até questões externas, como a variação cambial. Esses elementos, juntos, pressionam o custo dos alimentos e, por consequência, o orçamento das famílias, especialmente aquelas de menor renda. Itens essenciais da cesta básica, como arroz, feijão, carne e frutas, estão entre os que mais têm pesado no bolso dos consumidores, refletindo uma tendência de alta nos preços que não dá sinais de desaceleração.
O impacto dessa elevação de preços é particularmente grave para as famílias de baixa renda, que destinam uma maior parte de seus salários à compra de alimentos. A pesquisa da Unioeste aponta que, em setembro de 2024, uma pessoa adulta precisava de 47,10% do salário-mínimo para adquirir a cesta básica, um aumento em relação aos 45,09% registrados em agosto. Para muitas famílias, isso significa que quase metade do salário é comprometida com a alimentação, o que gera um efeito cascata, dificultando o acesso a outros bens e serviços essenciais, como saúde, educação e transporte.
O direito à alimentação básica não pode ser comprometido pela especulação e pela instabilidade econômica. Para que o Brasil possa avançar em direção a uma sociedade mais justa e igualitária, é essencial que o aumento do custo da cesta básica seja combatido com políticas públicas eficazes, que garantam a todos o acesso à alimentação saudável e digna.