O humor e como reagir

A palavra humor surgiu na medicina dos antigos gregos. Naqueles tempos, o termo humor representava qualquer um dos quatro fluidos corporais (ou humores). No século XVII, Ben Johnson adaptou o termo para caracterizar comicamente o que era considerado extravagante demais ou idiossincrático ao ridículo. Essa noção se popularizou ao longo dos séculos XVIII e XIX, abarcando o conceito romântico de humor como algo que indicava a excentricidade individual de uma pessoa. E a longo do tempo a humanidade foi aprendendo a conviver com as várias formas de fazer humor.

Todo esse contexto para falar sobre a polêmica no fim de semana em função de um vídeo do humorista Léo Lins divulgando seu show previsto para acontecer em Toledo esta semana. No vídeo ela faz diversas piadas sobre acontecimentos recentes ou locais da cidade. Com alguns exageros naturais de quem faz humor, ele chama a atenção para situações que envolvem o comportamento da sociedade de uma maneira escrachada, atacando a tudo e todos. Nada além daquilo que outros humoristas fizeram ao longo da história, seja no Brasil ou no mundo.

Léo Lins se envolveu recentemente numa polêmica após ser obrigado a retirar do Youtube um espetáculo no qual ele fazia piada sobre a escravidão, a mando de uma juíza do Tribunal de Justiça de São Paulo. Ela acatou um pedido do Ministério Público, que considerou a piada racista.

A essência do humor está justamente no desafio, em transgredir o status quo. O que pode se discutir é a forma como isso acontece. E o humor brasileiro sempre foi rico em produzir bons humoristas. Cada um ao seu estilo, claro, mas todos com um discurso ácido para fazer críticas, colocar o dedo na ferida mesmo.

De uns tempos para cá o stand up comedy ganhou numa notoriedade sem igual e o diferente se tornou comum. O que Léo Lins fez pode ser questionado em sua forma, não em sua essência. É um direito dele produzir suas piadas, assim como também é um direito de qualquer pessoa não gostar de nenhuma delas. A escolha em assistir ou não, em gostar ou não cabe a cada um. O que não se pode é também querer tirar o direito de humoristas – bons e ruins – fazerem aquilo que sabem fazer de melhor: piadas!

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