Nesta quarta-feira (6), Acre, Distrito Federal, Goiás e Mato Grosso do Sul ampliaram a faixa etária de imunização contra a dengue para 14 anos. Inicialmente, os estados haviam chamado apenas crianças de 10 e 11 anos, já que o número de doses é limitado. No Paraná a situação é muito parecida e, nos municípios onde a vacina foi liberada, a taxa é muito abaixo de 50% até o momento. Diante da baixa procura pela vacinação nos postos de saúde, alguns governadores optaram por chamar também adolescentes de 12 a 14 anos, conforme público-alvo definido pelo Ministério da Saúde.
Mas por que dessa não adesão à vacina da dengue, justo num momento onde os casos da doença se multiplicam numa velocidade preocupante, deixando em colapso as redes públicas de atendimento em saúde? A resposta pode estar ligada à polarização eleitoral de 2022 e, claro, em mortes onde se suspeita dos efeitos colaterais da vacinação contra covid-19. Sem haver comprovação científica qualquer palpite não passa disso. Ou pior: passa a servir como desinformação, prejudicando o trabalho das autoridades em saúde pública que, por um lado enfrentam uma epidemia da doença, por outro a ignorância em torno de uma vacina que, até onde se sabe, tem se mostrado eficaz.
A não adesão é apenas o reflexo de uma sociedade que cada vez menos acredita em suas autoridades e passam a acreditar em qualquer informação que venha ao encontro daquilo que querem ouvir. Mesmo que essa informação não tenha comprovação científica alguma ou venha de fontes pouco confiáveis, isso para não dizer quando são notícias falsas, ou seja: boatos!
Pode até haver alguma explicação passional para o comportamento dessas pessoas que não acreditam mais na vacinação para algumas doenças, entretanto, se tem algo que realmente funciona bem nesse país é seu sistema de vacinação pública, que ainda merece crédito pela seriedade das equipes que o coordena em cada uma das muitas pontas que o compõem. Muito crédito por sinal.
