Marcha de pires na mão?

Terminou na quinta-feira (23), em Brasília, a 25ª edição da Marcha dos Prefeitos, evento que reuniu representantes dos governos municipais de todo o país. Este ano o tema foi o Pacto Federativo: um olhar para a população desprotegida. A Confederação Nacional dos Municípios (CNM) organizou uma extensa programação para debater assuntos de interesse dos municípios.

Alguns assuntos, por sinal, debatidos ano após ano sem qualquer mudança na postura do Governo Federal. Um bom exemplo é o reajuste da tabela dos serviços prestados pelo Sistema Único de Saúde (SUS), um dos maiores gargalos para os gestores municipais que acabam absorvendo uma conta que deveria ser da União.

O aprimoramento da gestão pública e a desburocratização também foram apresentados, algo que qualquer cidadão um pouco mais esclarecido sabe de cor e salteado, mas que na prática não passa de discursos vazios, conhecendo a estrutura do sistema de poder no Brasil.

Na área ambiental, foi discutida a proposta de criação de um consórcio para que se tenha recursos para realizar análises e auxiliar os municípios em casos de catástrofes que atingem os municípios, como se está vendo agora no Rio Grande do Sul, mas que já aconteceu em outros estados e seguirá se repetindo porque também não deixa de ser assunto já debatido, ultrapassado.

No fundo, no fundo, essa Marcha dos Prefeitos produz muito pouco em termos de resultados práticos. Não que sua importância seja pequena, pois é uma demonstração de indignação de uma boa parte dos gestores municipais. Entretanto, quando se pega o discurso e se coloca na prática…Aí a conta é muito alta pelo retorno que traz.

É uma Marcha de pires na mão, pois muitos dos prefeitos e vices que lá comparecem aproveitam para fazer contatos com seus deputados e senadores ou então agendar encontros com ministros atrás de emendas, de recursos para projetos importantes ou então apenas para alguns parcos veículos, como fosse isso representar a salvação de muitas administrações municipais. Mas no Brasil, brasileiro, uma ambulância nova faz um barulho danado!

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