Lições de nuestros Hermanos

É inegável a paixão que ainda os brasileiros sentem quando se trata de futebol e, após anos de desânimo, em 2022 até desacreditados reacenderam a esperança de dias melhores para a seleção brasileira na recém terminada Copa do Mundo disputada no Catar e que terminou de maneira espetacular com a decisão de tirar o fôlego entre França e Argentina, hoje as duas melhores seleções do planeta.

Não que o Brasil não ocupe mais os píncaros do futebol mundial, porém, enquanto não houver uma reformulação completa e séria na forma como encarar o futebol na seleção principal, dificilmente a tão sonhada sexta estrela será bordada na camisa mais amada do mundo quando se fala em futebol profissional. A vitória de Messi & companhia poderia ser uma lição exemplar para quem pensa, sonha em voltar aos tempos onde o Brasil era protagonista e não apenas um figurante de luxo.

Pode parecer besteira, mas o fato de nenhum jogador argentino pintar o cabelo é sim um sinal de profissionalismo e seriedade. Apenas o goleiro/herói Emiliano Martínez se permitiu pintar uma bandeira – da Argentina, é claro – ao lado da orelha. Discreto como toda a seleção. O extraterrestre Lionel Messi encarna o espírito de um verdadeiro líder técnico. Dribla quando necessário e sempre em direção ao gol; dá assistência a quem está melhor posicionado e não se cansa em auxiliar na marcação. O técnico não dança com os jogadores e, no máximo, se deixa levar pela empolgação de um gol quando se deve.

Não que os brasileiros devam agir como argentinos, entretanto, não é de hoje que a seleção deixou de ser um orgulho para se tornar uma vitrine. Jogadores sem alma que quando são derrotados escolhem as mesmas desculpas de sempre, como se não tivessem a noção do quanto a seleção representa para um país à beira do caos. Os argentinos sabem disso e se entregaram de corpo e alma em busca de um título inédito – e merecido, a ponto da página oficial da NBA, a liga mais poderosa do basquete mundial, prestasse uma homenagem a Messi tão logo a decisão – e que decisão – acabasse. As lições de nuestros Hermanos aí estão para serem aprendidas. Mas para isso será preciso descer do mais alto degrau que os egos de nossos jogadores criou para, quem sabe daqui quatro anos, o Brasil voltar a sorrir. Pelo menos em campo.

...
Você pode gostar também
Deixe uma resposta

Seu endereço de email não será publicado.