Eleições se aproximam
Uma recente decisão do Tribunal Superior Eleitoral, autorizando a realização de convenções online, pode ser a pá de cal sobre o desejo de quem ainda sonhava com o adiamento das eleições municipais para 2021 ou então, numa hipótese ainda mais improvável, a prorrogação do mandado dos atuais dirigentes municipais até 2022 e, aí sim, a volta das eleições gerais, algo que certamente seria muito mais benéfico para todos, afinal, ao menos haveria o desgaste natural de uma eleição apenas uma vez a cada quatro anos.
Há ainda a possibilidade de adiamento da disputa em função da pandemia do novo coronavírus que, se tem algo que efetivamente impactou, foi a disputa política. Ao menos em Toledo aos holofotes tudo parece estar adormecido, embora nos bastidores o clima siga tenso e muitas negociações acontecendo. Entretanto, ao público em geral, poucos se arriscam falar sobre política num momento onde o mais importante é salvar vidas.
De qualquer maneira, as eleições se aproximam e com elas é preciso avaliar o atual cenário no âmbito local e a dificuldade de surgirem novas lideranças entre as várias legendas que manifestaram interesse em entrar na disputa para prefeito. Até mesmo para vereador são poucos os ‘novos nomes’ que se pretendem se aventurar numa das mais complicadas eleições que é para a Câmara Municipal.
Não que a renovação por si só represente uma mudança para o bem, até porque na história política nem sempre o novo é algo positivo e muitas apostas se mostraram decepcionantes. Mas é importante observar que na disputa para o Executivo as conversas giram quase sempre em torno dos mesmos nomes que aí estão há um bom tempo se dispondo a enfrentar uma eleição. Parte da culpa, claro, é dos dirigentes partidários que não gostam de dividir informações, quem dirá o poder.
Mas é preciso destacar também o mais completo desinteresse do brasileiro em geral pela política partidária, a base mais elementar de qualquer sistema político, cujos reflexos aparecem no cotidiano e na elaboração de leis esdrúxulas, passando pela cobrança abusiva de taxas e impostos, até chegar à prestação de serviços públicos de péssima qualidade em determinados casos. As eleições se aproximam e é preciso que o eleitor passe a se interessar mais e mais pela discussão, pela formatação das chapas e até mesmo em se arriscar a ser candidato para, quem sabe um dia, o Brasil ser um país diferente de verdade.