Cenas dos próximos capítulos…

Quando parecia que a novela envolvendo o Hospital Regional de Toledo havia, finalmente, acabado após décadas de atrasos e superfaturamentos na construção da obra, eis que surgem novos capítulos demonstrando que essa novela parece não ter fim, assim como também parece não haver fim para a ânsia em gastar o dinheiro público, como tem sido a tônica da atual gestão, tanto no Executivo quanto no Legislativo.

Foi dado entrada na Câmara Municipal o Projeto de Lei Nº 168, prevendo o repasse mensal de R$ 1,5 milhão adicional ao contrato já existente para pagamento de serviços prestados ao Sistema Único de Saúde (SUS) no Hospital Regional de Toledo pelo Instituto de Desenvolvimento, Ensino e Assistência à Saúde (IDEAS), gestor desta unidade após ter vencido o processo de licitação onde praticamente correu sozinho, afinal, ninguém se arriscou participar de um processo sabidamente deficitário.

Pode até ser legal o repasse, entretanto, suscita inúmeras e enormes dúvidas, até porque a unidade entrou em funcionamento há poucos dias. A inauguração ocorreu no dia 6 de outubro, recebendo os primeiros ‘pacientes’ apenas no dia 10 de outubro, mesmo sem terem todos os funcionários contratados e com serviços bastante limitados diante do ‘oba-oba’ criado, como fosse o Hospital Regional a salvação de todos os problemas do setor.

Ora, como prever o repasse a uma instituição que ainda sequer deu provas de confiabilidade? Como repassar recursos com um contrato vigente? Houve algum acordo prévio neste sentido? Como ficam os demais concorrentes que não participaram da licitação por terem a consciência de que pelo valor pago no contrato seria impossível obter qualquer tipo de lucro? As respostas a estas e tantas outras perguntas precisam ser dadas por quem é de direito e propagou aos quatro cantos haver total transparência e lisura.

O projeto sequer apresentou o impacto orçamentário e, para gerar ainda maior furor e revolta na sociedade, foi solicitado regime de urgência para sua votação, ou seja, além de querer repassar um dinheiro extra sem o serviço estar sequer funcionando plenamente, a administração do prefeito Beto Lunitti e do vice Ademar Dorfschmidt pretende que tudo seja feito na base do atropelo, sem a discussão devida e sem a repercussão numa sociedade que segue acompanhando os próximos capítulos deste filme de terror misturado com uma tragicomédia.

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