Celeridade
Com o objetivo de reforçar a busca por uma solução definitiva contra as invasões de terras por indígenas na região Oeste do Estado, o governador Carlos Massa Ratinho Junior enviou um ofício ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva cobrando uma posição da União a respeito. O documento foi protocolado nesta quinta-feira (31).
No ofício, Ratinho Junior reiterou a cobrança por mais celeridade por parte do Ministério da Justiça e Segurança Pública, do Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar e da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) para a resolução dos conflitos envolvendo os invasores e agricultores. Desde janeiro, episódios de violência têm causado a insegurança de moradores da região Oeste, especialmente aqueles residentes nos municípios de Guaíra e Terra Roxa.
Existe uma forte preocupação – que ganha mais força a cada dia – da compra de terras invadidas para a formação de novas áreas indígenas que, deixando de lado o ‘mimimi’ ou a ideologia, em nada acrescentam para a manutenção da cultura dos chamados ‘povos originários’. Quem conviveu mais de perto com as reservas, em sua maioria concorda que esse sistema imposto não preserva cultura, tampouco dá a dignidade necessária para a sobrevivência de cidadãos brasileiros. Basta observar, por exemplo, a condição dos índios que vivem nas proximidades da BR-277 em direção a Curitiba.
Existe, sim, um grave risco ao sistema produtivo paranaense e o governador não age apenas por razões de segurança jurídica. A pressão sobre seus ombros por parte do setor produtivo vem aumentando a cada novo conflito e no impasse de como resolvê-los. Ratinho Junior sabe também que para suas pretensões nas urnas em 2026 será preciso manter uma boa base também no interior, em especial no Oeste que é uma das regiões mais afetadas por essas invasões no momento.
Existe ainda um grave risco que essas invasões, caso se concretize a compra das áreas, possam se tornar cada vez mais frequentes, aumentando a tensão hoje existente entre o agro e outros setores da sociedade, em especial dos poderes constituídos. Esse desequilíbrio em nada contribui para um setor vital para a economia nacional, muito menos para um estado onde o agronegócio ainda tem uma força gigantesca na balança.