Em menos de uma semana a Região Oeste do Paraná viveu dias tristes com duas tragédias que vitimaram inocentes. Embora os casos em Foz do Iguaçu e Toledo não tenham ligação direta, ainda assim há quem insista em dar uma conotação semelhante a ambos, como tudo no Brasil de uns tempos para cá se resumisse a qual lado o cidadão pertence quando se trata de política. Nem mesmo a dor de famílias que perderam tantas pessoas de maneira brutal é respeitada por imbecis que tentam imputar ao lado A ou ao B a motivação de crimes estúpidos e tristes sob todos os aspectos.
O Brasil está em frangalhos e a desestruturação não se resume ao assassinato verificado em Foz ou à tragédia que sacudiu Toledo na madrugada desta sexta-feira, quando um policial militar assassinou sua família inteira e depois se matou. Como é triste noticiar esse tipo de situação.
Porém, mais trises – e desanimador – é perceber pessoas insensíveis com comentários ridículos em grupos de WhatsApp ou redes sociais, como fossem esses ambientes o universo das verdades, quando na verdade não passam de espaços de fuga, onde cada um pode assumir o papel que deseja, despejando uma série de máscaras no rol da ignorância mais absurda que o ser humano, em especial o brasileiro, pode conceber.
Tragédias como essas só acontecem porque a sociedade brasileira perdeu por completo suas referências, seus valores morais, éticos e de correção. Os ‘heróis’ de hoje afundam em escândalos, flertam com a burrice gigantesca que domina discursos de ódio sem a menor cerimônia. Os ‘mitos’ e os ‘milagreiros’ se alternam no papel de heróis e bandidos sem perceber o tamanho do estrago que isso vem causando à sociedade como um todo.
Além disso, acéfalas donos do poder usam e abusam do sistema instaurado para não apenas perpetuar o posto que ocupam como espezinhar ainda mais o cidadão comum, o fazendo sofrer e esse sofrimento se manifesta das mais diferentes formas, entre elas a formação de uma geração que não respeitada nada, nem ninguém e onde a intolerância – de todos os lados – supera o respeito e o diálogo.
Uma geração que em geral não consegue lidas com as frustrações simples da vida e que de vez em quando afligem a cada um justamente para tornar mais forte o espírito. Um espírito que hoje está mais triste por perceber um Brasil em frangalhos.
