Esta semana mais um caso de racismo no mundo do futebol foi registrado, entretanto, ao invés de atrair muitos holofotes, quase passou despercebido por ter acontecido na Série B do Campeonato Brasileiro e com duas equipes que em geral não atraem muita mídia em torno de si. O jogo em questão era Brusque (SC) e Londrina e o jogador humilhado foi o conhecido Celsinho, chamado de macaco por integrantes da diretoria da equipe catarinense, conforme mostrou vídeo publicado pela diretoria do Tubarão na terça-feira, um dia após o Brusque ter insinuado se tratar de uma falsa acusação. O que não era, tanto que no dia seguinte a equipe catarinense publicou um pedido de desculpas formal. Mas somente após perder um patrocinador.
A pergunta é: até quando isso ainda vai acontecer? Não apenas no mundo de futebol os casos de racismo são registrados, pois diariamente o cidadão se depara com situações semelhantes. Deixando os extremos de lado, este caso quase passou em branco porque não envolveu nenhum grande clube da Europa ou algum astro do futebol mundial. Foi de um jogador conhecido para quem acompanha o futebol paranaense e que sempre, ao menos até onde se sabe, teve muito respeito com seus colegas de profissão.
Mais grave é não se tratar da primeira vez que Celsinho é xingado nesta Série B. Profissionais da imprensa fizeram insinuações por causa do cabelo black power do atleta, como se tivesse alguém algo a ver com o tipo de cabelo que cada um escolhe para si. Ora, até quando será possível conviver com gente de pensamento tão ralo?
Por essas e outras é que o Brasil está se tornando um país potencialmente perigoso, pois os ânimos seguem sendo acirrados a ponto de muita gente pensar poder falar e fazer o que bem entende sem haver consequências. Ainda vivemos num país com regras. Parcas, é preciso reconhecer. Mas elas existem justamente para se tentar oferecer ao cidadão um mínimo de respeito, algo que parece não estar existindo muito. E não apenas no futebol.
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