“Enquanto houver uma criança, haverá circo”. A frase, dita pelo ator Marcos Frota na estreia da curtíssima temporada do Circo dos Sonhos em Toledo na última sexta-feira, resume bem o sentimento de quem já conferiu as apresentações do circo que, realmente, é um sonho. A frase, por sinal, poderia ficar ainda mais completa: enquanto houver circo, haverá uma criança em cada um de nós. Mas circos de verdade, que realmente inspiram novos artistas, provocam as novas gerações a seguirem acreditando na alma circense, que é feliz, alegre, ousada.
Mas o Circo dos Sonhos não leva o nome por acaso, afinal, reúne num mesmo picadeiro o teatro, a dança, a música. Mistura gêneros, convida a sonhar, provoca reações ao se aventurar num universo onde o circo nem sempre busca estar. Jovens talentos que demonstram ser o Brasil capaz de produzir espetáculos de alta qualidade. Figurinos belíssimos, maquiagens perfeitas, interpretações cheias de expressão que levam o espectador a sonhar junto, a voar nas acrobacias, se contorcer e fazer os malabarismos junto.
A mágica acontece de maneira natural e vem acompanhada de gargalhadas puras, mas não de palhaçadas e sim de histórias engraçadas. Não, o Circo dos Sonhos não inventou a roda, até porque algumas das apresentações estão sendo repetidas há décadas, séculos até. O que a trupe comandada por Marcos Frota fez foi apenas reunir grandes artistas debaixo de uma mesma lona e tornar algo comum em místico. Foi mostrar o talento em sua mais pura essência. Foi apenas promover a diversão mais pura e simples durante duas horas que passam numa velocidade espantosa.
Ah, a magia do circo ainda existe e que ela permaneça assim durante muitos e muitos anos para que artistas, como os formados em Toledo, possam ter espaços para mostrar a genialidade do artista brasileiro. Que o circo possa seguir dando exemplos de quanto talento temos e que não precisa muito mais que planejamento, treino, investimento e, claro, vontade em fazer acontecer.
