A dengue no radar

Informações repassadas na reunião do Conselho Municipal de Saúde desta semana confirmam 7 casos de dengue neste novo ciclo epidemiológico, recém iniciado. Embora seja muito cedo para alarme, ainda assim – e justamente por ser muito cedo – é que a dengue entrou no radar pelo risco de uma nova epidemia da doença que, ano passado, provocou estragos. O temor é que os números sejam iguais ou piores dos apresentados no último ano epidemiológico.

No período de 1ª de agosto de 2023 a 28 de julho de 2024, o município registrou 10.234 casos positivos e 44 óbitos. No comparativo com o ano epidemiológico anterior – período de 1º de agosto de 2022 a 31 de julho de 2023 – o aumento de vítimas fatais foi de 4.400% e 926% no aumento de casos confirmados. No Estado do Paraná, Toledo é o terceiro município com o maior número de óbitos.

A questão, claro, envolve o setor público que, mesmo com números tão assustadores não desenvolveu sequer uma campanha educativa ou de orientação junto à população que também tem lá sua parcela de culpa. A atual gestão optou pelo caminho fácil da multa, tanto que fechou o ano com quase R$ 16 milhões em multas ambientais.

A multa por si só resolve o problema de maneira pontual. Agora, o que está sendo feito para desenvolver nas pessoas uma cultura de conscientização e participação mais ativa na vida da cidade? Nada! O próprio departamento responsável pelo combate à dengue foi de certa forma abandonado pela atual gestão ao indicar pessoas para os cargos de chefia sem a devida capacitação técnica, muito menos o trato com quem diariamente enfrenta sol e chuva, calor e frio para vistoriar os milhares de imóveis de Toledo. Mais triste é que estes agentes muitas vezes são humilhados, ameaçados, xingados e quase agredidos sem haver um respaldo psicológico ou até mesmo de amparo por parte de quem deveria liderar.

A dengue volta ao radar no início de um novo ciclo epidemiológico pelo descaso da população em não fazer o dever de casa, mas também pelo descaso com o qual este setor vem sendo (des)tratado pela Prefeitura de Toledo nos últimos anos.

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