A cracolândia pode explodir por aí

Nos últimos dias os principais meios de comunicação do país estão repercutindo as ações contra a cracolândia, região no Centro de São Paulo onde traficantes e usuários se aglomeram, vendendo e usando drogas sem o menor constrangimento. É uma terra sem lei no coração da maior cidade da América Latina e o principal centro econômico do país. Quem já passou ali por perto sabe que a realidade mostrada na televisão é muito pior ao vivo. São milhares de pessoas sobrevivendo num cenário pós-apocalíptico visto nos filmes.

Mas a cracolândia não é fruto de nenhuma peça de ficção. É uma triste comprovação da incapacidade da sociedade resolver seus próprios problemas. Não se trata apenas de uma questão de segurança pública, pois envolve muitos outros setores e o poder público parece não ter uma solução a prazo algum. O que tem se visto é um ‘enxugar de gelo’ completo, com a sociedade inteira pagando um alto preço por isso.

Mas o que a cracolândia em São Paulo tem a ver com Toledo ou com o Oeste do Paraná? Para quem não acompanha mais de perto a realidade das ruas, em cidades como Toledo e Cascavel, por exemplo, podem não existirem cracolândias, entretanto, caminha-se a passos largos para isso acontecer num futuro não muito distante.

Esta semana, na Coluna do Editor, foi registrada a reclamação de moradores da região da Vila Industrial, em especial quem frequenta o parque infantil localizado na Praça Getúlio Vargas, ao lado do Ginásio de Esportes Alcides Pan. Ali, moradores de rua estão, literalmente, morando. Transformaram os fundos e a lateral do ginásio numa espécie de condomínio.

Não bastasse a sujeira e as necessidades básicas feitas na natureza, o consumo de drogas e bebidas alcoólicas é comum e o número de pessoas concentradas ali só vai aumentando. O pior é que a reclamação dessa semana não é a primeira, muito menos novidade, pois há algum tempo o JORNAL DO OESTE vem alertando sobre o problema, inclusive com o aumento do número de pequenos furtos, ameaças e outros incidentes nas proximidades. Nunca é demais lembrar que a cracolândia, um dia, também teve apenas algumas poucas pessoas ocupando as ruas.

É preciso sim dar dignidade às pessoas, entretanto, é preciso que essas pessoas queiram ter essa dignidade, porque alguns dos que lá estão não se importam. Agora, o que ninguém aguenta mais são bandidos vendedores de drogas prejudicando a vida das pessoas.

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