Eduardo Klaue
Tenho observado por onde ando, que o trabalho em equipe está cada vez mais centralizado em pessoas chaves e menos em ações conjuntas. Isto inibe o pensamento, as ideias, e a criatividade das pessoas. Ao mesmo tempo em que não estimula os colaboradores a falar bem de suas empresas ou repartições, muito pelo contrário, são cultivadas e estimuladas as ações dos sabotadores internos que agem na obscuridade, passam por bons, e muitas vezes somente são percebidos quando já é tarde demais, pois acabaram com o espírito de união de suas equipes.
Em relação a isso, fui novamente procurado por um grupo de amigos que possuem filhos na idade entre dezessete e vinte e cinco anos, que expressaram suas preocupações quanto ao futuro destes jovens na condução de seus negócios, e na vida pessoal. Mesmo tendo feito cursos de formação, liderança, motivação, oratória e outros, eles acreditam que seus filhos ainda não estão preparados para trilhar uma carreira sólida e vencedora, pois o espírito do consumismo e do imediatismo ainda os ronda incansavelmente.
Conversando um pouco, perguntei a eles se o que buscavam era algo mais, algo que pudesse ter seus resultados observados no decorrer do tempo, algo que ultrapassasse os portões da organização e que pudesse ser estendido ao seio da sociedade.
Algo que proporcionasse a eles uma formação não somente financeira, mas social e coletiva. Enfim, que pudesse ajudá-los a se transformar em líderes sociais. Ou seja, líderes capazes de atuar tanto como estrategistas organizacionais, quanto como pessoas com perfil inovador e holístico, prontos para atuar efetivamente em todos os segmentos da nossa sociedade.
Pessoas capazes de tornar sonhos em realidade, dificuldades em oportunidades, desânimo em ousadia. Pessoas que possam motivar outras pessoas a se tornar melhores, mais comprometidas e conhecedoras de seus limites e horizontes. Pessoas que não desistem nunca, que estudam, que formulam hipóteses, que colocam projetos em prática. Que discutem e dão opiniões fortes e embasadas, que não se omitem, que levantam e correm enquanto muitos já desistiram. Pessoas que aceitam as experiências da vida como suas melhores aliadas, que acreditam que o colher é uma consequência do plantar, que o planejamento se faz em longo prazo, mas que a execução precisa ser feita progressivamente.
Eles me responderam que era exatamente isto, algo diferente, que fugisse da mesmice e que o progresso pudesse ser observado e sentido a cada momento.
Novamente o desafio foi aceito, mas a caminhada é longa e difícil, as regras são rígidas e o caminho estreito. Cada um precisa estudar muito, passar por diversos testes de desempenho durante os trabalhos, e somente eles mesmos podem garantir a continuidade de sua participação na equipe. O grupo é pequeno, e alguns não conseguem chegar até o final da caminhada.
Nesta noite … Já passam das 2:00 h, o silêncio toma conta do “Pensatório”(meu local de reflexão). Sentado em minha poltrona, reflito sobre a responsabilidade que está à minha frente…Não seriam os primeiros, mas estes pela própria sucessão das coisas e dos tempos, precisam ser diferentes…Ainda mais completos moral e intelectualmente.
As trombetas se fazem ouvir, a hora chegou com se há de perceber… Silenciosamente cada peça toma sua posição no tablado. Uma a uma, cada qual na ordem que lhe foi confiada. Cada posicionamento deve respeitar o local e o ambiente onde está, palavras cruzadas não são de bom proveito.
Depois disto…mais uma missão cumprida – “E eles se transformarão pouco a pouco, transformando o meio onde vivem…” .
Um abraço do Klaue !
Eduardo Klaue: Conselheiro Pessoal de Líderes Empresariais. Sócio nas empresas “Klaue Consulting” e “Klaue Corretora de Seguros”.
E-mail: eduardo.klaue@klaueconsulting.com.br