Programa Cultura da Saúde

A cultura para além da arte

Na última quarta-feira de todo mês, vai rolar mais conteúdo sobre o Programa Cultura da Saúde por aqui, assim como alguns destaques de pessoas e iniciativas que fazem parte da nossa cultura.

Mas, o que é cultura, afinal? E porque cultura da saúde? Bem… eu sou Isabela Olsen, formada em Ciências Sociais e trabalho com cultura, dede 2010, nessa última década, vivi as mais diversas experiências como trabalhadora dessa área, assim como me envolvi com teatro desde 2017, me especializei em arteterapia em 2019 e paralelamente, realizei uma pesquisa durante o mestrado sobre relações entre arte e saúde mental. Contudo, no contexto da pandemia, passei a estudar e trabalhar com mídias sociais e comunicação, dando vida a esse empreendimento, um Programa online, no qual eu foco em produzir conteúdo sobre essas áreas que me enriqueceram enquanto ser humano.

Cultura, vai além de manifestações artísticas ou organização de eventos culturais, a cultura é nosso “modo de ser” formado por um conjunto de valores, crenças, praticas, comportamentos, entre outros fatores que traduzem a identidade de uma sociedade, que dinamizam a história e marcam épocas.

Em todas as organizações sociais existe a DIVERSIDADE cultural, ou seja, modos distintos de viver e se desenvolver, o que era entendido como pratica de saúde há um século atrás por exemplo, já passou por inúmeras mudanças, tanto em termos de concepção, quanto nas formas de tratamentos. Quando estudamos a História da Loucura, vemos que na Idade Média, nem se quer existia o termo “doença mental” – que apareceu com o desenvolvimento da ciência e da medicina, naquela época, várias formas de comportamentos considerados “incompreensíveis”, “diabólicos” eram caracterizadas como loucura e desde então, termos pejorativos, altamente negativos foram moldando o que culturalmente foi se convencionando a chamar de “loucura” e depois se associando a “doença mental”. Alguns estudiosos da História da Loucura e da Psiquiatria, mostram que os primeiros manicômios foram criados, sobre tudo, para isolar pessoas “indesejadas” na sociedade e não tanto com o propósito de “curar” ou oferecer formas de tratamentos com dignidade. A prova disso, é que muitos manicômios, acabaram sendo denunciados e fechados devido a casos de super lotação, maus tratos, violação de direitos e afins. Basta dar um google que encontramos várias dessas histórias que marcam o tempo em que saúde mental ainda era considerada “papo de maluco”.

Mas será que avançamos mesmo, nesse sentido? Como interpretamos e nos comportamos diante daquilo que julgamos como “louco” e “loucura”? Como nos relacionamos com amigos(as) e familiares considerados “doentes mentais”? como entendemos o papel dos profissionais de saúde? São muitas as indagações e ainda é longo o caminho para a humanização dos saberes e das práticas de cuidado na nossa sociedade. Nesse sentido, a cultura da saúde é um modo de compartilharmos saberes e experiências sobre o que entendemos e praticamos para vivermos melhor e com mais saúde.

No Programa, eu recebo profissionais das mais diversas áreas, principalmente as que visam promover saúde mental, seja através da educação, da arte, da cultura, de práticas tradicionais, como a psiquiatria, a psicologia, psicanalise ou as chamadas praticas complementares e integrativas. É uma forma de produzir conteúdo, gerar interação virtual, com afeto, acolhimento e informação qualificada.

Na próxima coluna, continuamos essa conversa. Você pode saber mais e acompanhar toda a programação em desenvolvimento no canal do Instagram @cultura.da.saude e no meu perfil pessoal @belaolsen.

E por falar em artes…

Nesse mês de março, foi possível acompanhar o retorno mais intenso de algumas atividades e eventos artísticos, seja no âmbito local, regional ou nacional. Muitos acontecem de forma gratuita e nesse contexto de “pós” pandemia, apoiar o retorno do setor cultural – um dos mais fortemente afetados, em vários seguimentos, tem sido fundamental para a retomada da economia da cultura.

Encerro com imagens de duas apresentações de Teatro, de artistas regionais.

Imagem 1.“O Resto é Silêncio” sob Direção de Junior Cunha, promovido pela Escola DançArte – apresentada dia 20 de março no Teatro Municipal de Toledo.

PhiliAntígona interpretada e dirigida por Maia Piva – apresentada dia 20 de março no Teatro Cool Hall, em Cascavel.

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