O mal em nós
A humanidade ainda está presa nos grilhões da violência e da ânsia por poder e que permite presentear o ego, a vaidade e o orgulho de maneira inconsequente. A liberdade geral deve partir de cada indivíduo, como expressava Sócrates. Todavia, não por meio da adoção de regras exteriores ou do cumprimento das convenções sociais, mas da iluminação interior e do alinhamento com a consciência superior. Não adianta brandir as mãos contra as trevas e permanecer com as más inclinações pessoais. É essencial que se acendam as luzes, da mente e do coração, para que se compreenda e aja de forma digna e responsável. Por meio da renovação dos domínios mental e dos sentimentos, perdoando, esquecendo, agindo pelo bem é que se torna possível, de forma gradativa e com o tempo, substituir o mal pelo bem.
Reconhecer o mal em nós é o primeiro passo nesta limpeza. Apenas com o olhar criterioso da consciência, legítimo tribunal íntimo, é possível combater nossas imperfeições. Quem não percebe e reconhece, não trabalha em prol das mudanças. Ou nas palavras de Carl Jung: “O que negas te subordina. O que aceitas te transforma”.
Por meio do esforço repetitivo e constante obtém-se a melhoria gradual de pessoas menos presas aos ímpetos dos instintos da violência. Somente assim é possível adentrar em nova etapa de vivência Crística. De não combater a ira com cólera, pois não se apaga a fogueira instalando ainda mais combustível. A paz de Cristo é o amor que purifica e transmuta o ser humano em luz de Deus.
Paulo Hayashi Jr. – Doutor em Administração pela UFRGS. Professor e pesquisador da Unicamp.