O agronegócio e a independência econômica e social do Brasil

Dilceu Sperafico

A verdadeira independência econômica, social, cultural e política de uma nação ou de um povo, com toda a certeza, começa pela autossuficiência na produção e transformação de produtos básicos, como grãos, proteínas e derivados e rendimentos obtidos com a comercialização de excedentes, visando a obtenção de recursos para investimentos no setor público e segmentos produtivos e bem-estar da população.

Essa autonomia, que assegura a segurança alimentar da população e garantia de matérias-primas para a indústria de transformação e geração de superávits na balança comercial, se consolida na oferta de empregos e novas oportunidades de negócios, no campo e nas cidades, com a arrecadação de tributos para os investimentos públicos em benefício de toda a sociedade e setores econômicos. 

Como quarto maior produtor de grãos do mundo, respondendo por 50% do mercado de soja e segundo maior exportador de milho, como aconteceu em 2020, o Brasil é hoje um país independente graças ao agronegócio produtivo, diversificado, sustentável e moderno que mantém, aproveitando o potencial de seus recursos naturais para o bem de seus cidadãos. 

Conforme estudo da Secretaria de Inteligência e Relações Estratégicas (Sire), sobre as exportações do Brasil nas últimas duas décadas, elas ganharam posições importantes no mercado internacional, tanto na geração quanto na exportação de produtos, com reflexos positivos para a economia do País, o equilíbrio financeiro do poder público e a qualidade de vida da população.

Denominado “O Agro no Brasil e no Mundo: Uma Síntese do Período de 2000 a 2020”, o levantamento aponta o País como o quarto maior produtor mundial de grãos, como arroz, cevada, soja, milho e trigo, acumulando 7,8% da produção do planeta e perdendo apenas para a China, Estados Unidos e Índia. Em 2020, por exemplo, o País produziu 239 milhões e exportou 123 milhões de toneladas de grãos.

Maior demonstração do potencial do agronegócio brasileiro está no fato do País ser quarto maior produtor de grãos e ao mesmo tempo o segundo maior exportador do mundo, com 19% do mercado internacional. Nos últimos 20 anos, a exportação atingiu mais de 1,1 bilhão de toneladas, o que representou 12,6% do total comercializado em todo o planeta, destacando a evolução do agronegócio brasileiro.

Soja, milho, algodão e carnes são os produtos brasileiros mais exportados pela crescente demanda externa, cuja perspectiva é que se mantenha nos próximos anos, devido ao crescimento populacional e elevação da renda de consumidores de alguns países, como a China. Graças a isso, as exportações brasileiras alcançaram 37 bilhões de dólares em 2020 e 419 bilhões de dólares entre 2000 e 2020.

Nessas suas décadas, o País foi o segundo maior produtor e exportador de soja e no ano passado alcançou o primeiro lugar na atividade, com 126 milhões de toneladas produzidas e 84 milhões exportadas. Com 50% do comércio mundial, as exportações do grão somaram 30 bilhões de dólares em 2020 e 346 bilhões de dólares nas duas últimas décadas.

Em 2020, o País também ocupou a terceira posição na produção mundial de milho, com 100 milhões de toneladas e exportações de 38 milhões toneladas ou 19,8% das vendas mundiais do produto. No período o Brasil foi o segundo maior exportador do cereal, com receitas de seis bilhões de dólares.

O autor é ex-deputado federal pelo Paraná e ex-chefe da Casa Civil do Governo do Estado

E-mail: dilceu.joao@uol.com.br

...
Você pode gostar também

Comentários estão fechados.